quarta-feira, 29 de outubro de 2008

20 YEARS PARTY PEOPLE (PART VIII)

A oitava edição do "20 years" regressa na próxima sexta-feira, dia 31 de Outubro, onde vou têr a companhia do meu amigo António Barroso.

O Barroso é jornalista de profissão. Iniciou a sua carreira nas Rádios-Piratas, que é um facto comum a grande parte dos Jornalistas que na metade da década de 80 tinham idades compreendidas entre os 16 e os 24 anos. Que saudades desses tempos, éramos míudos que com muitos poucos recursos e muita carolice fazíamos rádio como já não se faz, aliás, este tema dava pano para mangas tais são as pobres referências históricas sobre este movimento e a sua importância para o desemvolvimento da informação local e divulgação musical. Durante a década de 90 passou pelas redacções do Jornal de Notícias, 1º de Janeiro, Correio da Manhã e Rádio Comercial Norte. De 2000 a 2005 foi editor de desporto do jornal mais antigo de Portugal continental, O Comércio do Porto, que acabou por falta de viabilidade económica. Presentemente trabalha na área de comunicação do "famoso" Pelouro da Cultura da C.M.V.N.Gaia.

Mas afinal o que é que os Joy Division têm a vêr com o F.C.Porto? a resposta podem encontrá-la aqui e é uma das razões pelas quais ele é um dos meus convidados.

sábado, 25 de outubro de 2008

HOMENAGEM - John Peel


John Peel foi um popular e influente DJ que trabalhou quase toda a sua vida como locutor de rádio na BBC. Foi responsável pelo lendário programa "Peel Sessions", onde bandas como os Joy Division, The Fall até aos mais novos como os Interpol e Yeah Yeah Yeahs fizeram apresentações ao vivo, que acabaram muitas vezes em disco. Foram tantas as bandas que basta pensar numa qualquer, conhecida ou desconhecida, desde o reggae ao punk rock, já que ele era também conhecido pelo seu eclético gosto musical. Houvessem mais pessoas como ele...
"Teenage Kicks" dos Undertones era a sua música preferida e hoje vai ser também a minha.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Discos Twenty Years - Soundgarden "Ultramega Ok"


Os Soundgarden foram uma das principais bandas do movimento grunge. Formados em 1984 na cidade de Seattle por Hiro Yamamoto (baixo), Kim Thayl (guitarra), Chris Cornell (vocais) e Scott Sundquist (bateria). Em 1986, Scott Sundquist saiu da banda, deixando o seu lugar para Matt Cameron. Em 1987, os Soundgarden lançam o seu primeiro EP, "Screaming Life", pela recém-fundada editora SubPop e em 1988 lançam outro EP, "Fopp". No entanto este "Ultramega Ok" de 1988, que é o primeiro álbum dos Soundgarden foi lançado pela editora SST. É um excelente disco de estréia, que possui como destaque uma cover de John Lennon, "One Minute of Silence".
Ainda em 1988, eles trocam novamente de editora e assinam com a A&M Records. O primeiro disco por este selo é "Louder Than Love", lançado no começo de 1989. O título original ia ser "Louder Than Fuck", mas resolveram trocar o nome para evitar polémicas. Logo depois deste lançamento, Yamamoto resolve deixar a banda para ingressar na Universidade e é Jason Everman, que tinha tocado com os Nirvana, o seu substituto. Jason Everman também não ficou muito tempo na banda e em seu lugar entrou Ben Shepperd.
"Badmotorfinger"', de 1991, e "Superunknown", de 1994, foram os álbuns que tornaram a banda mundialmente conhecida através das músicas "Rusty Cage", "Jesus Christ Pose", "Day I Tried to Live" "Spoonman" e "Black Hole Sun" que tornou-se a música símbolo da banda e um dos hinos do grunge.
Em 1996, os Soundgarden lançam o que seria o seu último álbum de estúdio, "Down on the Upside". O disco não teve o mesmo sucesso que os dois anteriores e em 1997 a banda termina. Em 2001, Chris Cornell juntou-se a Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk (os três músicos dos Rage Against the Machine), e forma os Audioslave.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Discos Twenty Years - Mudhoney "Touch Me I´m Sick"



Os Mudhoney são uma das mais importantes bandas da cena músical de Seattle, apesar de não serem uma das mais conhecidas. Os Nirvana podem ter sido a banda que pôs uma geração inteira em camisa de flanela, como de certo muitos de voçês se lembram. Os Pearl Jam e os Soundgarden venderam muito mais discos, mas os Mudhoney foram realmente a banda que tornou possível o movimento grunge dos anos 90.

Os Mudhoney foram formados no dia 1 de janeiro de 1988 por Dan Peters, Mark Arm, Matt Lukin e Steve Turner. O nome da banda foi retirado de um filme do cineasta Russ Meyer. Este foi o primeiro single da banda que foi lançado pela editora SubPop e produzido por Jack Endino. A música "Touch Me I'm Sick" definiu, praticamente, o som de Seattle e hoje é considerada pelos críticos como a primeira música Grunge.


O lançamento seguinte aconteceu meses mais tarde e foi o EP "Superfuzz Bigmuff", também pela SubPop. Ainda em 1988 acontece a edição de um single dividido, mais uma raridade com edição limitada de 3000 cópias, onde de um lado tinhamos o "touch me i´m sick" e "halloween" dos Sonic Youth no outro. Desta última parceria resulta um convite dos Sonic Youth para serem banda suporte da sua digressão em Inglaterra onde ganham a atenção da imprensa local e garantem uma certa popularidade.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Nirvana - "Love Buzz"

Discos Twenty Years - Nirvana "Love Buzz"


O ano de 1987 marca o início da carreira dos Nirvana, que não foi muito diferente de outras bandas independentes, com concertos e pequenas apresentações em bares, festas e universidades locais. O som produzido por eles já se caracterizava por ser uma mistura contagiante da agressividade e rebeldia do punk rock com o peso e energia do metal/hard rock. Já era notável também o talento de Kurt Cobain, líder e principal compositor dos Nirvana. Aos poucos a banda ia fazendo nome e foi através dessa relativa fama que o produtor Jack Endino, depois de os conhecer e de ficarem amigos, produziu algumas fitas demos com as quais convenceu Jonathan Poneman, patrão da Sub Pop, a assinar um contracto com os Nirvana.

O primeiro fruto desse contracto foi este vinyl lançado em dezembro de 1988, com as músicas "Love Buzz" (cover da banda holandesa Shocking Blues) e "Big Chesse". O lançamento final deste single foi marcado por alguns problemas porque apesar de fazer um excepcional trabalho de divulgação de bandas que não encontravam apoio nas grandes editoras, a Sub Pop continuava a ser um pequeno selo cujos escassos recursos frequentemente atrapalhavam os dignos propósitos dos seus fundadores, e assim os Nirvana, não só viram o atraso do lançamento de "Love Buzz" que era para ter sido em junho de 1988, como também tiveram de aceitar um aumento no preço final do material, para tentar evitar uma possível perda de dinheiro investido pela editora. Felizmente, não foi o que aconteceu. Esta raridade vendeu muito bem e para além das 1000 cópias originais, foi necessário fazer mais 200, principalmente devido ao facto de os Nirvana já possuirem um público fiel, nascido das famosas e incendiárias apresentações da banda em Olympia e Seattle. Neste momento o valor deste vinyl oscila entre os 2.000€ e os 2.500€.

No fim de 1988 os Nirvana entram em estúdio para gravar o seu primeiro LP, o álbum "Bleach" que foi lançado em junho de 1989. Durante a digressão de divulgação do álbum, Chad Channing (baterista) sai em maio de 1990 alegando diferenças musicais com Kurt Cobain e Krist Novocelic , e para seu lugar é chamado Dale Crover dos Melvins, mas este também não fica muito tempo, e logo depois quem assume as baquetas é Dan Peters, dos Mudhoney que grava, ainda em 1990, o single "Sliver", com a música "Dive" no lado B. Gravam também um EP chamado "Blew" ao lado de Butch Vig (que viria a ser o baterista dos Garbage e produtor de outros clássicos do rock alternativo, como é o caso de "Siamese Dream" dos Smashing Pumpkins e "Dirty" dos Sonic Youth). "Blew" é uma edição limitada que faz dele mais uma raridade hoje em dia. Em outubro de 1990, encontram finalmente o baterista definitivo, Dave Grohl. Depois de uma digressão pela Europa, os Nirvana continuavam a sair rapidamente do anonimato e resolvem negociar com as várias editoras que os assediavam. Aconselhados pelos amigos Sonic Youth, assinam contracto com a DGC (uma divisão da Geffen Records) em abril de 1991. A SubPop ganha também com a mudança, arrecadando um bom dinheiro pela rescisão do contrato com os Nirvana, devidamente pago pela DGC.

Novamente com a produção de Butch Vig, os Nirvana entram em estúdio para gravar o seu segundo álbum. O resultado das sessões no famoso estúdio Sound City, na California, é lançado em 24 de setembro de 1991 e intitulado "Nevermind". O disco tem uma excelente produção que destaca bem as excelentes melodias criadas por Kurt Cobain e deixa o "barulho" produzido pelo grupo mais acessível. "Nevermind" é um clássico do início ao fim, citado constantemente como um dos melhores discos de rock de todos tempos. Poucos discos na história tiveram tantos hits reunidos lado a lado: "Come as You Are", "Smells Like Teen Spirit" e "Lithium" foram tocados até à exaustão.

Com todo este sucesso, começam os problemas de Kurt Cobain que mostra uma incapacidade de suportar ser aquilo em que se transformou. Cada vez mais ficava evidente a sua tendência para as depressões, a sua fraqueza ao lidar com drogas e os seus impulsos suicidas começavam a florescer.

Em 1993, a banda tem uma quantidade suficiente de novas composições para a gravação de um novo disco. A idéia era fazer um trabalho que retomasse as raízes do grupo, sem facilidades e concessões. O produtor escolhido para os ajudar nesta tarefa foi o respeitado Steve Albini. O novo disco, "In Utero", foi concluído em duas semanas e foi lançado em 23 de setembro de 1993. Trata-se de um disco tão brilhante quanto "Nevermind", com a diferença de ter sofrido uma enorme expectativa. No dia 6 de Fevereiro de 1994 os Nirvana começaram a sua digressã0 europeia em Portugal, no Pavilhão Dramático de Cascais. No dia 8 de Abril, Kurt Cobain é encontrado morto na sua casa e segundo investigações tinha cometido suicídio 3 dias antes. A sua morte, aos 27 anos, foi o primeiro passo para o fim da chamada era "grunge".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

The Fall - "Big New Prinz"

Discos Twenty Years - The Fall "I Am Kurious Oranj"



Quando o movimento punk explodiu na Inglaterra, Mark E.Smith era apenas um jovem que trabalhava nas docas de Manchester e que tinha tentado, sem sucesso, entrar em uma das bandas de heavy metal locais. Mark odiava o estilo e preferia os sons mais experimentais dos Velvet Underground e da banda alemã Can. Resolveu então procurar algumas pessoas para formar uma banda e assim nasceu, em 1977, os The Fall, nome tirado de uma novela do escritor franco-argelino Albert Camus. Mark nunca gostou muito de estabilidade, já que o número de músicos que passaram pelos The Fall é enorme. Na verdade, pode-se considerar uma banda de apenas um elemento, mais os convidados. E o mais impressionante de tudo isto é que ele produz de uma maneira avassaladora, compulsiva, tamanha é sua discografia.

Em fevereiro de 1988 lançam o que pode ser considerada a grande obra-prima pop da banda, "The Frenz Experiment". O álbum trazia, além do “Hit The North” (na versão americana e alemã), uma cover de “Victoria”, dos Kinks, que se tornou num dos maiores sucessos da carreira da banda, mas a última coisa que a maior parte dos fans dos Fall esperariam era que a banda fizesse, ainda em 1988, música para um ballet, mas de facto foi isso que eles fizeram. Mark fez uma invulgar parceria com a vanguardista companhia de bailado do coreógrafo Michael Clark, que teria como resultado este disco "I Am Kurious Oranj". Recordo-me de têr achado uma ideia muito á frente no tempo e só tenho conhecimento de tal projecto ter sido repetido pelos belgas Zita Swoon no ano 2000. Para muitos dos meus amigos, este álbum teria sido mais interessante para vêr do que ouvir. Eu gostei de o ouvir mas só hoje o pude vêr, facto que quero partilhar com todos vós

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Discos Twenty Years - Happy Mondays "Bummed"



A par dos Stone Roses, os Happy Mondays foram uma das bandas de referência da cena de Manchester, e do chamado movimento Madchester, nascido em finais de 80 e princípios de 90. No entanto, se por um lado os Stone Roses centravam-se essencialmente na pop dos anos 60, os Happy Mondays, mergulharam em profundidade no movimento da música de dança, e nele beberam a esmagadora maioria das suas influências.
Liderados pelo vocalista Shaun Ryder, os Happy Mondays formaram-se em 1985, e vieram, de certa forma, mostrar à luz do dia o lado negativo das raves e da cultura da música de dança, que passou então a estar associada às drogas e à violência. Apoiados em letras surrealistas e em sonoridades agressivas, os Happy Mondays foram pioneiros na introdução de ritmos próprios do hip hop, na sua música, do mesmo modo que começaram a adaptar melodias e versos de outras canções às suas, quebrando quaisquer tipo de barreiras musicais que pudessem existir na altura. Todo o ecletismo e diversidade que caracterizavam a música dos Happy Mondays, deixaram marcas para a posteridade vincadas em bandas influentes da actualidade, tais como os Chemical Brothers, no que toca à música de dança, e os Oasis, na área do rock.
O álbum de estreia da banda foi editado em 1987. Intitulado "Squirrel & G Man Twenty-Four Hour Party People Plastic Face Carnt Smile", foi produzido por John Cale e consistiu apenas numa pequena introdução ao ecletismo que viria a tornar-se na imagem de marca da banda.
Foi com este "Bummed", o segundo trabalho da banda, editado em 1988, que os Happy Mondays foram projectados para a ribalta, primeiro em casa, depois no mercado além- fronteiras, tendo as fortes perspectivas sobre o futuro da banda sido confirmadas com a edição do álbum "Pills ´n´ Thrills & Bellyaches". O registo foi considerado uma espécie de "caleidoscópio neo-psicadélico de alucinogénios", que se tornou na obra-prima da banda, proporcionando aos músicos a vivência do auge da popularidade da sua carreira.

Discos Twenty Years - The Stone Roses "Elephant Stone"



Os Stone Roses apareceram na metade da década de 80 em Manchester. Os Joy Division já não existiam mais, mas os New Order, os Smiths, The Fall, e a Hacienda (club mítico de Tony Wilson) continuavam a segurar o "bastão" e a atenção do mundo continuava voltada para a cidade inglesa, que era vista como o grande centro musical da época.
O que veio depois, liderado pelos Happy Mondays e pelos Stone Roses, ficou conhecido como Madchester e, para muitos, marcou o início da cultura rave. Enquanto os Happy Mondays foram aos poucos esquecidos, os Stone Roses resistiram e hoje é considerado um nome fundamental da história do rock, tendo extrapolado os limites da Madchester do fim dos anos 80.
Os Stone Roses nasceram em 1985, das cinzas dos The English Rose, e foram formados pelos colegas de escola John Squire (guitarrista) e Ian Brown (vocalista). 1987 é o ano dos primeiros lançamentos discográficos pela Thin Line Records que foram os singles "So Young" e "Sally Cinnamon".

Em 1988, já com Reni na bateria e Mani no baixo, os Stone Roses assinaram com a recém-criada editora Silvertone Records e lançam este maxi-single, chamado "Elephant Stone", que foi produzido por Peter Hook (New Order) e que começa a mostrar o gosto da banda em cruzar os ritmos de dança e as melodias luminosas.
A reputação da banda estava bem estabelecida e os concertos lotados em Londres eram rotina. Para consolidar de vez, saiu o primeiro LP da banda, o histórico álbum homónimo que foi imediatamente aclamado pelo público e pela crítica. Os singles do álbum "Stone Roses" estavam em todos os Tops e o mundo inteiro rendeu-se a esta banda.


Os Stone Roses tocaram em Portugal no dia 11 de Agosto de 1996, no histórico relançamento do Festival Vilar de Mouros, onde apresentaram um espectáculo tecnicamente medíocre, tornando quase irreconhecíveis alguns dos temas que os fizeram famosos. Foram decepcionantes. O que valeu nessa noite foi a prestação dos suiços Young Gods.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Top Ten 1988: Morrissey "Viva Hate"


Steven Patrick Morrissey nasceu no dia 22 de Maio em Manchester, Inglaterra. Na adolescência era tímido e desajeitado, ganhou uma obsessão por filmes e música e dedicou os seus talentos de escrita a um fanzine dedicado aos New York Dolls, banda nova-iorquina de quem também era o presidente do clube de fãs britânico. Fez também uma homenagem a James Dean e escrevia, com frequência, cartas para a revista semanal de música Melody Maker. Durante a explosão punk dos anos 70 tentou, sem resultado, entrar em bandas. Em 1982, conheceu o guitarrista Johnny Marr e os dois começaram a compôr juntos, formando uma das parcerias mais produtivas da pop britânica de sempre, os The Smiths.
O single de estréia "Hand in glove", é uma canção cheia de referências ao homossexualismo, que fez deles uma sensação no underground britânico. Quanto mais atenção atraía, mais Morrissey mostrava saber manipular a imprensa. Suas entrevistas tinham sempre opiniões bombásticas, que na sua maior parte eram concebidas para chocar o público bem como as suas performances, com flores nos bolsos de trás e um aparelho de surdez. Também o seu declarado celibato, provocava um debate intenso, sobre a banda e sobre a sexualidade do cantor.
Dotado de um cinismo profundo como letrista, ele muitas vezes era mal interpretado porque as pessoas achavam que ele defendia os absurdos de que falava e o furor em torno da banda só crescia. O disco homónimo de estréia dos The Smiths, de 1984, foi um sucesso arrasador. Morrissey aproveitou e começou a divulgar as suas opiniões políticas, criticando duramente a primeira-ministra britânica, Margareth Thatcher, além de pregar o vegetarianismo, facto que contribuiu para o baptismo do segundo disco, "Meat is murder"(1985). "The queen is dead", de 1986, foi considerado uma obra-prima, mas Morrissey e Marr já não se entendiam. O guitarrista deixou a banda depois do lançamento de "Strangeways, here we come"(1987) e logo depois Morrissey acaba com os The Smiths e começa uma carreira a solo.
Sentindo-se traído pela deserção de Marr, Morrissey começa a compôr com o produtor Stephen Street e o guitarrista Vini Reilly (Durutti Column). Em 1988 depois de conseguir bons resultados com os hit-singles "Suedehead" e "Everyday is like sunday" lança este seu primeiro álbum a solo "Viva hate", cujo título é uma referência ao colapso dos Smiths, que foi um sucesso comercial bem aceite pela crítica. O som deste álbum não é muito diferente do último trabalho dos The Smiths, a principal diferença reside na presença de sintetizadores, facto que não deixa de ser irônico, considerando a oposição dura dos Smiths aos teclados.

Morrissey demorou tempo demais na preparação do segundo álbum "Kill uncle". Quando o álbum saiu, em 1991, a nova cena de Manchester (Stone Roses, Charlatans, Happy Mondays) já tinha tomado conta das rádios e Morrissey passou a ser uma antiguidade. Depois da edição de vários álbuns e de ter sido ignorado durante anos, Morrisey cumpre 7 anos sem gravar e regressa em 2004 para apresentar o sétimo trabalho de originais da sua carreira "You are the quarry", um disco, afiado como sempre, que o levou de volta ao posto de lenda viva do rock.
Morrisey veio a Portugal pela primeira vez no dia 29 e 30 de Outubro de 1999 para dois concertos nos Coliseus do Porto e Lisboa, respectivamente e regressa a 27 de Junho de 2007 ao Festival de Paredes de Coura.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sugarcubes - "Deus"

Discos Twenty Years - Sugarcubes "Life´s Too Good"



Formados em 1986 na Islândia, os Sugarcubes não revelaram apenas a cantora Björk, como também lançaram um dos melhores discos pop dos anos 80, o aclamado álbum de estréia, "Life's Too Good", de 1988, que não faz parte da minha lista Top Ten mas ganha o "prémio" de banda revelação.

Reza a lenda que a banda nasceu no dia 8 de junho de 1986, quando nasceu o primeiro filho de Björk e dela fizeram parte Einar Benediktsson(voz,trompete), Sigtryggur Baldursson (bateria), Einar Mellax (teclados), o marido de Björk, Thor Eldon (guitarra) e Bragi Olafesson (baixo).

No final de 1987, a banda que já era assediada por várias editoras inglesas, acaba por assinar com a pequena One Little Indian, no Reino Unido e com a Elektra, na América. Em outubro de 1987, lançam o maxi-single Birthday, que fez um enorme sucesso e catapultou as vendas do álbum "Life's Too Good", lançado em abril do ano seguinte. "Birthday", com o seu andamento estranho, uma letra esquisita e com a voz singular de Björk em primeiro plano, subiu aos primeiros lugares do top inglês. A música foi eleita o single da semana pelo famoso semanário New Musical Express. Com todo este sucesso, Bjork recebe elogios, louvores e toda a atenção contribuindo para o ínicio de uma tensão entre ela e Einar Benediktsson e também entre ela e o marido.

Em 1989, no meio das gravações do segundo disco, Thor divorcia-se de Björk para casar com Magga Ornolfsdottir, que seria a nova teclista da banda, depois de Einar Mellax a abandonar. Para além disto, Olafesson divorcia-se também da sua mulher para casar com Einar Benediktsson, tornando-se na primeira união gay oficial do mundo pop. Foi assim, neste clima, que a banda lançou o disco "Here Today, Tomorrow Next Week!", bem menos inspirado do que o disco anterior. Em 1992 seguiu-se "Stick Around for Joy", que voltou a não repetir o entusiasmo e a boa inspiração de "Life's Too Good". A banda terminou logo depois e é Björk que ganha com tudo isto conseguindo uma brilhante carreira a solo.

Artigos relacionados: A banda revelação 1988

Hugo Largo - "Scream Tall" (Live 1988)

Discos Twenty Years - Hugo Largo "Drum"



Em resposta à onda de guitarras dissonantes que estavam na moda em todas as partes da cena músical da cidade de Nova York, o crítico de música Tim Sommer e a artista Mimi Goese formaram a banda Hugo Largo em 1984.

Mais tarde, Hahn Rowe e Adam Peacock juntam-se à banda e o quarteto começa a chamar a atenção devido à sua estranha formação que abdica das guitarras e bateria e usa dois baixos , um violino, e é liderado pela poderosa voz de Goese.

Em 1988, Michael Stipe dos R.E.M produziu este disco de estreia dos Hugo Largo, o EP "Drum", que foi reeditado pela editora Opal de Brian Eno, um ano depois. Este EP que mais parece um LP é uma mistura misteriosa da acústica ambiente com uma sensibilidade de arte nova-iorquina. Todas as músicas destacam a voz de Mimi Goese, que tão depressa é etérea como logo mergulha numa cova escura cercada por dentes cerrados.

Depois do menos experimental "Mettle", editado em 1989, a banda termina. Sommer tornou-se num executivo da Atlantic Records e o planeado disco de estreia a solo de Mimi Goese, foi gravado com a ajuda de Rowe e lançado apenas em 1997.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Discos Twenty Years - The Feelies "Only Life"


Formados em 1976 em New Jersey, os americanos The Feelies são obra dos compositores, guitarristas e vocalistas, Bill Million e Glenn Mercer. Com uma formação típica de banda de garagem, 2 guitarras, baixo e bateria, desde muito cedo começaram a fazer furor no circuito alternativo da cidade de Nova Yorque, sendo considerados a melhor banda underground pelo Village Voice, semanário mundialmente reconhecido sendo ainda hoje uma informação de referência para quem visita a big apple.
Em 1978, com Keith Clayton no baixo e Anton Fier (The Lounge Lizards;The Golden Palominos) na bateria gravam o primeiro single "Fa Ce-La" pela editora britânica Rough Trade. Em 1980 gravam "Crazy Rhythms", que foi talvez o álbum mais aclamado e referência escolhida por bandas como os R.E.M., mas um verdadeiro fracasso comercial que obrigou Million e Mercer a trabalhar em outros projectos paralelos.
Em 1983 voltam a reunir-se com David Weckerman (baterista da formação inicial) e convidam o percussionista Stanley Demeski e a baixista Brenda Sauter que após alguns concertos esporádicos entram em estúdio para gravar o folky "The Good Heart"(1986) que foi produzido por Peter Buck dos R.E.M.. O louvor crítico concedido a este álbum combinado com a visibilidade que agora lhes era prestada pelos meios de comunicação social, chamou a atenção da editora A&M, que em 1988 fez acontecer este "Only Life".
Com este terceiro álbum e o novo contracto assinado com a A&M, os The Feelies ganham toda a atenção e infinitas comparações a Lou Reed devido à cover de "what goes on", a última faixa do álbum, que eles simplesmente evitaram clonar o arranjo original. O resto do álbum exibe um som distinto, flexível e calmamente emocionante que tanto apresenta guitarras estridentes como baixos e tambores constantes que dão aos guitarristas algo para brincar em vez de dominar. "higher ground", "the undertow" e "away" são 3 exemplos.
Em 1991 seguiu-se o álbum "Time for a Witness" e o último concerto ao vivo no dia 5 de Julho com o consequente final da banda. Segundo o YouTube os Feelies voltaram a reunir-se este ano e têm feito alguns concertos em Nova York.