domingo, 29 de novembro de 2009

Discos Twenty Years - Nirvana "Bleach"



Gravado em três sessões, entre Dezembro de 1988 e Janeiro de 1989, com um custo de cerca de 600 dólares, "Bleach", o álbum de estréia dos Nirvana, tornou-se um sucesso nas rádios universitárias americanas, devido às frequentes digressões da banda. Jason Everman já não fez parte da gravação deste disco, mas ajudou a promover o álbum, antes de deixar a banda, no final do ano, para fazer parte dos Soundgarden.

"Bleach" vendeu 35.000 exemplares e os Nirvana tornaram-se na banda favorita das rádios universitárias, da imprensa britânica, dos Sonic Youth, Mudhoney e Dinosaur Jr., razões suficientes para atrair a atenção das grandes editoras.



Foi o António Sérgio que me deu a conhecer os Nirvana e este disco, que chegou a desfilar na Lista Rebelde do mítico programa de rádio, "Som da Frente", um nome que foi utilizado durante muitos anos para catalogar um estilo músical.

Este ano, para comerar os 20 anos da edição deste disco, a Sub Pop fez uma reedição remasterizada pelo produtor original, Jack Endino, que inclui 12 músicas ao vivo do concerto realizado no Pine Street Theatre, em 1990 e um livro de 52 páginas com fotos inéditas da banda.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Discos Twenty Years - Pere Ubu "Cloudland"


Pere Ubu é a banda do carismático David Thomas, formada em Agosto de 1975 em Cleveland, EUA e que ao longo da sua carreira já teve diversas formações. Por esta banda já passaram nomes como Mayo Thompson (líder dos Red Krayola), Anton Fier (líder dos Golden Palominos e baterista dos The Feelies), Tim Wright (DNA, Danse Society) e Eric Drew Feldman (Captain Beefheart, Frank Black, dEUS) entre outros. Apesar de serem bastante impopulares, são considerados banda de culto e influenciaram diversas gerações de músicos (Dead Kennedys, Birthday Party). O objectivo da banda era mostrar o lado caótico do mundo moderno e industrializado através de letras dementes, absurdas e de uma mistura de estilos musicais que passavam obrigatóriamente pelo experimentalismo, pelo jazz, pelo rock e pelo minimalismo.

Depois de seis álbuns de estúdio e um ao vivo em 1989 os Pere Ubu editaram este "Cloudland", o álbum mais pop da sua carreira, que teve a assinatura de Stephen Hague, um conhecido produtor de bandas electrónicas (Pet Shop Boys, Erasure, O.M.D., New Order). As canções que fazem parte deste disco incluíram melodias tradicionais e linhas de teclado melódicas, mas o estilo vocal de David Thomas continuou desenfreado. De "Cloudland" saíram dois singles, "Breath" e "Waiting for Mary" que teve direito a um vídeo, bastante divulgado pela MTV, fazendo com que esta música se tornasse na mais conhecida da banda.









Os Pere Ubu têm o hábito de organizar alfabéticamente, a ordem dos seus alinhamentos ao vivo, e foi assim que aconteceu no concerto de estreia em Portugal, ocorrido na Aula Magna, em Lisboa, dia 26 de Setembro de 2000, com a primeira parte a cargo dos portugueses Rollana Beat. Regressaram no dia 16 de Fevereiro de 2008, para um concerto único na Casa da Música, no Porto, englobado na programação do Clubbing, que contou com a prestação dos islandeses MUM na primeira parte.

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domingo, 8 de novembro de 2009

Top Ten 1989: Lou Reed "New York"



Lewis Allen Reed, nasceu no dia 4 de Março de 1942 em Brooklyn, Nova York e falar sobre ele era escrever um livro, tais são os temas e a história que este músico tem para contar, por isso vou tentar ser o mais sucinto e directo possivel.

Embora Lou Reed tivesse mais êxito na sua carreira a solo, para mim, será como líder e principal compositor dos The Velvet Underground que ele vai ser mais recordado, devido à capacidade visionária desta banda, formada em 1964. Ainda hoje considero que os seus álbuns de estúdio são de escuta obrigatória. "Heroin", "Sweet Jane", "Venus in Furs", "All Tomorrows Party", "Lisa Says" são alguns dos clássicos que Lou Reed escreveu para a banda que ele partilhou com John Cale, Sterling Morrison, Maureen Tucker(que substituiu Angus MacLise), Doug Yule(que substituiu Cale, depois de ter sido despedido por Reed), a rejeitada Nico e porque não incluir o famoso produtor do primeiro trabalho, Andy Warhol.


A falta de sucesso comercial foi certamente um dos factores que fez Lou Reed abandonar os Velvet em Agosto de 1970 para começar a sua carreira a solo. Em 1971 lança o trabalho homónimo de estreia que não é mais do que um álbum de versões de músicas que ele escreveu para os Velvet. Algumas delas só seriam conhecidas na sua versão original, 25 anos depois. O segundo trabalho "Transformer", produzido por David Bowie e pelo guitarrista Mick Ronson,tornou-se num clássico da história da música, cheio de grandes canções como "Sattelite of Love", "Vicious", "Perfect Day" e "Walk on the Wild Side".


Deste compositor, capaz de uma melodia considerável e de uma irrepreensivel sensibilidade e introspecção, seguiram-se 13 álbuns de estúdio e 4 ao vivo para chegar a este "New York", a cidade que tantas vezes o inspirou. No coração belo e decadente da cidade de Nova York, Lou Reed, encontrou uma abundância de assuntos como, a SIDA, a prostituição, as drogas e a policia, as bebidas alcoolicas, as crianças, que ele aproveitou para criar as letras deste disco. O impacto devastador da SIDA é abordado em "Halloween Parade", o ciclo vicioso do abuso infantil, em "Endless Cycle" e a condição humana dos sem-abrigo, em "Xmas in February". É com algum humor que ele também aborda a sua própria vida, em "The Beginning of a Great Adventure" ele faz uma meditação divertida sobre as possibilidades de paternidade e "Dime Store Mystery" é uma comovente elegia sobre Andy Warhol. A promoção do disco foi feita através do "Romeu e Juliette" mas é principalmente "Dirty Blvd", canção que fala sobre o contraste entre os ricos e pobres da cidade de Nova York, que faz o álbum desfilar nos lugares cimeiros dos tops durante semanas.


Com a ajuda de Maureen Tucker nas percussões "New York" foi produzido de forma inteligente, é uma obra-prima do "rock & roll" e é um dos melhores álbuns da carreira a solo de Lou Reed.

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