segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Top Ten 1988: Morrissey "Viva Hate"


Steven Patrick Morrissey nasceu no dia 22 de Maio em Manchester, Inglaterra. Na adolescência era tímido e desajeitado, ganhou uma obsessão por filmes e música e dedicou os seus talentos de escrita a um fanzine dedicado aos New York Dolls, banda nova-iorquina de quem também era o presidente do clube de fãs britânico. Fez também uma homenagem a James Dean e escrevia, com frequência, cartas para a revista semanal de música Melody Maker. Durante a explosão punk dos anos 70 tentou, sem resultado, entrar em bandas. Em 1982, conheceu o guitarrista Johnny Marr e os dois começaram a compôr juntos, formando uma das parcerias mais produtivas da pop britânica de sempre, os The Smiths.
O single de estréia "Hand in glove", é uma canção cheia de referências ao homossexualismo, que fez deles uma sensação no underground britânico. Quanto mais atenção atraía, mais Morrissey mostrava saber manipular a imprensa. Suas entrevistas tinham sempre opiniões bombásticas, que na sua maior parte eram concebidas para chocar o público bem como as suas performances, com flores nos bolsos de trás e um aparelho de surdez. Também o seu declarado celibato, provocava um debate intenso, sobre a banda e sobre a sexualidade do cantor.
Dotado de um cinismo profundo como letrista, ele muitas vezes era mal interpretado porque as pessoas achavam que ele defendia os absurdos de que falava e o furor em torno da banda só crescia. O disco homónimo de estréia dos The Smiths, de 1984, foi um sucesso arrasador. Morrissey aproveitou e começou a divulgar as suas opiniões políticas, criticando duramente a primeira-ministra britânica, Margareth Thatcher, além de pregar o vegetarianismo, facto que contribuiu para o baptismo do segundo disco, "Meat is murder"(1985). "The queen is dead", de 1986, foi considerado uma obra-prima, mas Morrissey e Marr já não se entendiam. O guitarrista deixou a banda depois do lançamento de "Strangeways, here we come"(1987) e logo depois Morrissey acaba com os The Smiths e começa uma carreira a solo.
Sentindo-se traído pela deserção de Marr, Morrissey começa a compôr com o produtor Stephen Street e o guitarrista Vini Reilly (Durutti Column). Em 1988 depois de conseguir bons resultados com os hit-singles "Suedehead" e "Everyday is like sunday" lança este seu primeiro álbum a solo "Viva hate", cujo título é uma referência ao colapso dos Smiths, que foi um sucesso comercial bem aceite pela crítica. O som deste álbum não é muito diferente do último trabalho dos The Smiths, a principal diferença reside na presença de sintetizadores, facto que não deixa de ser irônico, considerando a oposição dura dos Smiths aos teclados.

Morrissey demorou tempo demais na preparação do segundo álbum "Kill uncle". Quando o álbum saiu, em 1991, a nova cena de Manchester (Stone Roses, Charlatans, Happy Mondays) já tinha tomado conta das rádios e Morrissey passou a ser uma antiguidade. Depois da edição de vários álbuns e de ter sido ignorado durante anos, Morrisey cumpre 7 anos sem gravar e regressa em 2004 para apresentar o sétimo trabalho de originais da sua carreira "You are the quarry", um disco, afiado como sempre, que o levou de volta ao posto de lenda viva do rock.
Morrisey veio a Portugal pela primeira vez no dia 29 e 30 de Outubro de 1999 para dois concertos nos Coliseus do Porto e Lisboa, respectivamente e regressa a 27 de Junho de 2007 ao Festival de Paredes de Coura.

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