Em 1982, Pete Kember aka Sonic Boom e Jason Pierce, ambos nascidos no dia 19 de Novembro de 1965, formaram os Spacemen 3 em Rugby, Warwickshire, Inglaterra. Boom e Pierce eram os vocalistas e tocavam guitarras e teclados, mais tarde acrescentaram uma secção rítmica entregue a Pete Baines e Rosco com quem, durante 4 anos, passaram a ensaiar este projecto cósmico. Em 1986, a banda lançou o seu álbum de estreia "Sound of Confusion" pela editora Glass Records. No inicio a banda soava um pouco a banda punk-rock de garagem, mas a sua música rapidamente desenvolveu-se para ser classificada como o novo psicadelismo inspirada e influênciada por bandas da segunda metade da década de 60, sendo os Velvet Underground, The Stooges e MC5 os maiores exemplos. O segundo álbum "The Perfect Prescription", de 1987, foi o primeiro a vincar o estilo distinto da banda.
Em 1989 Baines e Rosco foram substituídos por Jon Mattock e Will Carruthers e é com este último que gravaram e editaram o clássico "Playing with Fire" que continha esta música, "Revolution" que fora lançada em finais de 1988 no formato maxi-single.
Apesar da adição de novo sangue à sua formação, começaram os problemas na banda devido ao conflito de personalidades entre Boom e Pierce e às suas crescentes dependências de drogas. Embora existissem todos estes problemas, em 1991 a banda conseguiu lançar o último álbum da carreira, "Recurring" que teve a particularidade de apresentar as músicas de Boom no lado A e as músicas de Pierce no Lado B. Logo depois os Spacemen 3 acabaram e Jason Pierce juntamente com Carruthers e Mattock formaram os Spiritualized, continuando desta forma o culto às explorações das guitarras sónicas e das diversas cores que delas podemos obter. Artigos relacionados: Since 1988, The Jesus and Mary Chain, My Bloody Valentine
Os Housemartins foram uma das mais populares bandas do movimento indie pop dos anos 80 na Inglaterra e conseguiram, na sua curta carreira, conquistar os críticos e uma legião de fãs com as suas canções simples e uma mistura de ingenuidade com o conhecido sarcasmo inglês. Foram formados em 1984, na cidade de Hull, por Paul Heaton, voz e guitarra, Ted Key, na guitarra, Stan Cullimorer, baixo, e Hugh Whitaker, bateria. A banda cultivava uma imagem tipicamente inglesa, regada de cinismo e senso de humor em relação à política britânica e ao dia-a-dia do país. Em 1985 assinam com a editora Go! Discs e no final do mesmo ano trocam de guitarrista, saindo Key e entrando Norman Cook (Fatboy Slim). Ainda em 1985 lançam o seu primeiro single, "Flag Day". No ano seguinte editam os singles "Caravan of Love" e "Happy Hour" que se transformaram num sucesso instantâneo, abrindo espaço para o lançamento do primeiro álbum "London 0 Hull 4", uma brincadeira futebolística com a cidade natal da banda.
Com o sucesso do primeiro álbum, os Housemartins ganham o prémio de banda revelação do ano e começam a gravar o segundo álbum. Antes mesmo do começo dos trabalhos, o baterista, Hugh Whitaker, deixa a banda e é substituído por Dave Hemmingway. "The People Who Grinned Themselves to Death" é lançado em 1987 e vem recheado de sucessos , como é exemplo as canções "Five Get Over Excited","Build" e "Me and the Farmer".
Em 1988 a banda acabou antes de conseguir ser a mais popular do Reino Unido e ao mesmo tempo é lançada a colectânea "Now That´s What I Call Quite Good!", incluindo todos os singles e várias raridades da banda. A história que é contada acerca do final da banda é a mesma que faz acabar tantas outras e neste caso, Heaton e Cook passavam por tensões criativas, com o vocalista querendo enveredar pelo jazz-pop e o baixista querendo caminhar para a dance music. As diferenças foram mais acentuadas e notadas nas carreiras pós-Housemartins dos dois, com Norman Cook a criar os Beats International, que conseguiram alguns sucessos durante os anos 90 ("Won't Talk About It","Dub be good to me") e mais tarde o sucesso que seria muito maior com a sua versão DJ e produtor sob a alcunha de Fatboy Slim. Já Paul Heaton formou os Beautiful South juntamente com Hemmingway, dos Housemartins. Os Beautiful South mantiveram a estética dos Housemartins, mas com melodias e arranjos mais complexos conseguindo também fazer canções bem sucedidas durante os anos 90.
Nascido em 31 de Janeiro de 1961 em Buxton, Inglaterra, Lloyd Cole formou os The Commotions em 1982, enquanto cursava filosofia na Universidade de Glasgow. Originalmente, a banda era formada por Blair Cowan (teclados), Neil Clark (guitarra), Lawrence Donegan (baixo) e Stephen Irvine (bateria).
Observado durante as apresentações da sua banda em universidades e bares locais, Cole começou a chamar a atenção de alguns produtores e empresários pela qualidade das composições e das letras. O que impressionava muito o público, era o facto de não ter nenhum disco gravado e de nunca terem entrado em estúdio. Foram procurados pela Polydor britânica e assinaram o seu primeiro contrato em 1983. Lançaram o seu primeiro disco em 1984, "Rattlesankes" cujas letras das músicas traziam referencias a clássicos da cultura intelectual como filmes (Jules et Jim de François Truffeaut) e escritores (Simone de Beauvoir e Norman Mailer) facto que agradou bastante à crítica especializada. Em 1985 lançaram "Easy Pieces" que trazia músicas como "Lost Weekend" e "Brand new friend" que é considerado até hoje um dos seus melhores singles ao lado de "Perfect Skin". O terceiro álbum da banda, "Mainstream" foi lançado em 1987 e é trazido no ano seguinte a Portugal, país que sempre o recebeu de forma calorosa, para 2 concertos no Infante Sagres, Porto e Dramático de Cascais. No dia 18 de Março de 1988, o trabalho na Rádio deu-mo a possibilidade de conhecer pessoalmente Lloyd Cole na sua primeira visita a Portugal, de quem recordo o porte, a educação e a disponibilidade para me conceder uma entrevista exclusiva depois de ter chegado atrasado à conferência de imprensa.
Em 1988, Lloyd Cole acabou com os Commotions, sendo este Ep "From the Hip" o último trabalho editado e muda-se para Nova York com a intenção de iniciar uma carreira a solo. O disco intitulado "Lloyd Cole" foi lançado em 1990 e, apesar de ter sido lançado por uma editora pequena, foi bem recebido pela crítica. Em 1991 foi lançado "Don´t get Weird on me Baby", que na opinião do próprio Cole, foi o melhor disco de toda a sua carreira. Em 1993 lançou o disco "Bad Vibes", que traduziu um esforço de Cole em misturar música psicadélica com electrónica, antecipando o que muitas bandas do brit-pop vieram a fazer poucos anos depois. Em 1995 lançou o disco "Love Story" que contou com a participação do guitarrista Neil Clark dos Commotions. Em 2001, Lloyd Cole lançou o álbum "The Negatives", nome que deu à sua banda de apoio. Em 2004, Cole lançou o álbum "Music in a Foreign Language" apenas em vinyl. Gravado em sua casa, o álbum tem uma cover de "People Ain´t No Good" de Nick Cave e é de difícil assimilação e, até pelo seu formato, passou despercebido ao grande público. Em 2006 lançou "Anti-Depressant" e está já a preparar o próximo trabalho, "Cleaning Out the Ashtrays" que será editado no próximo ano.
Após mais de 25 anos de carreira e um sem número de presenças em Portugal ficam aqui registados (alguns) dos seus concertos:
18.Mar.1988-Pav.Infante Sagres
19.Mar.1988-Pav.Dramático de Cascais
20.Nov.1992-Coliseu de Lisboa 21.Nov.1992-Coliseu do Porto
31.Mai.2003-Centro Cultural de Angra do Heroísmo
02.Jun.2003-FNAC Chiado
10.Jul.2004-Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz 28.Ago.2004-Óbidos. 01.Out.2005-Ermesinde (concerto grátis) 11.Mai.2006-Cine-teatro António Lamoso de St. Maria da Feira 12.Mai.2006-Cine-teatro Paraíso de Tomar 13.Mai.2006-Cine-teatro de Alcobaça 14.Mai.2006-Auditório do Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, Moita 21.Nov.2006-Aula Magna, em Lisboa 23.Nov.2006-Sala Batalha, no Porto 24.Nov.2006-Centro Cultural de Angra do Heroísmo 25.Nov.2006-Teatro Micaelense, Ponta Delgada 03.Ago.2007-Royal Golf Corse, Vale do Lobo 24.Ago.2007-Parque de Feiras e Exposições de Grândola 01.Nov.2007-Teatro Aveirense
30.Mai.2008-Forum Cultural de Alcochete
13.Set.2008-Parque Central da Amadora (concerto grátis)
As origens da banda remontam ao final dos anos 70, quando Ian McCulloch, Pete Wylie e Julian Cope formaram os The Crucial Three. Em 1978, Cope e Wylie deixam a banda para formar os Teardrop Explodes e os Whah!, respectivamente e McCulloch, juntamente com Will Sergeant, criaram o duo Echo, utilizando uma caixa de ritmos em substituição da bateria. No mesmo ano, o baixista Les Pattinson junta-se à banda, e realizam o seu primeiro concerto ao vivo no clube "Eric", em Liverpool, com o nome Echo & The Bunnymen.
Em Março de 1979 lançaram o primeiro single "Pictures on my wall" que lhes permitiu fazerem o primeiro concerto em Londres, com os Joy Division e Teardrops Explodes, onde conheceram Pete de Freitas que viria a ser chamado para tocar com a banda logo após a assinatura do contracto com a Korova. O primeiro trabalho "Crocodiles" foi lançado em julho de 1980 com grande sucesso. No ano seguinte lançam "Heaven up Here". Mantendo a tradição de um álbum por ano, no final de 1982 chega "Porcupine", considerado pela banda como um trabalho autobiográfico. Já em 1984, lançam o que foi considerado o melhor álbum da banda, "Ocean Rain", com o clássico "Killing Moon" que segundo Ian McCulloch é a música mais perfeita que ele fez. Em Novembro de 1985 lançaram a colectânea "Songs to Learn & Sing" que inclui o inédito, "Bring on the Dancing Horses". Em 1987 lançaram o álbum homónimo que foi considerado o trabalho mais pop da banda.
Em 1988 McCulloch saí da banda e a editora lança este "New Live and Rare", uma compilação de 7 temas ,constituída na sua maioria por versões, que não deixa de ser um tributo às bandas que foram as suas influências. Deste disco fazem parte versões de "People are Strange" dos Doors, "All you need is Love" dos Beatles, "Paint it Black" dos Rolling Stones, "Run Run Run" dos Velvet Underground, "Friction" dos Television e duas novas roupagens para os temas "Do it Clean" e "The Killing Moon".
No verão de 1989 a tragédia atingiu a banda com a morte por acidente de automóvel de Pete de Freitas. Apesar de, em pouco tempo, terem perdido o vocalista e o baterista, a banda tenta manter-se com um vocalista novo, Noel Burque e editam o fraco e desastrado "Reverberation" em 1990.
Depois de uma carreira a solo constituida por 2 trabalhos mas completamente falhada e de mais um deslize com o projecto Electrafixion, Ian McCulloch ressuscita os Echo que lançaram, em 1997, "Evergreen", um disco que passou quase despercebido. Em 1999 já sem o baixista Les Pattison, acontece mais um trabalho, "What Are You Going to Do With Your Life?". Passados dois anos lançaram "Flowers", considerado pela critica inglesa como um dos melhores discos da banda e no ínicio de 2002 seguiu-se um álbum duplo ao vivo, "Live in Liverpool". Em 2005 regressaram com "Siberia" para depois lançarem mais dois trabalhos ao vivo, "Me, I´m all Smiles" em 2006 e "Breaking the Back of Love" neste ano.
A primeira vez que visitaram Portugal foi no dia 31 de Julho de 1982, no Festival Vilar de Mouros onde, na altura, repartiram o palco com os Heróis do Mar e os Stranglers. Sem certeza, em 1985 vêm ao Infante Sagres do Porto. Vinte e três anos depois regressaram ao Festival de Vilar de Mouros a 29 de Julho.
Julian Cope é um dos génios que apareceram na década de 80 e que hoje vivem em plena obscuridade. Nasceu em Outubro de 1957 em Deri, País de Gales. Em 1976 mudou-se para Liverpool onde conheceu Ian Mcculloch com quem formou ao lado Pete Wylie os Crucial Three, que não duraram mais de um mês porque Ian McCulloch deixou a banda para construir um sucesso chamado Echo and Bunnymen. Julian Cope formou os Teardrop Explodes com quem gravou dois clássicos, "Killimanjaro" de 1980 e "Wilder" de 1981. Em 1982 depois de uma fracassada tour americana os Teardrop Explodes acabaram, mas ainda deixaram um disco inacabado que resultou no álbum "Everybody Wants to Shag Teardrop Explodes" lançado em 1990. Em Março de 1984 Julian Cope faz a sua estréia a solo com o álbum "World Shut Your Mouth" e em Outubro do mesmo ano é editado o seu segundo trabalho "Fried" que tem uma recepção mais calorosa que o seu antecessor.
Em 1986 Cope assinou um contracto com a Island Records. Depois da edição de um mini-lp, em 1987 é lançado "Saint Julian", o seu álbum de maior sucesso do qual fazem parte os singles "Trampolene" e "World Shut Your Mouth".
Em Outubro de 1988 é lançado este novo LP, "My Nation Underground". Os singles disponíveis foram "Charlotte Anne" e "Five O'Clock World". Para Cope este disco foi uma decepção, elegendo-o o menos favorito de todos os seus trabalhos.
Apesar dos problemas de saúde e mentais que o assaltavam, a criatividade artística de Julian Cope tem-se mantido até ao presente ano. A sua discografia contempla uma média de um disco por ano. Julian Cope ainda vai mais longe, tendo ainda tempo para dedicar a outros projectos entre os quais destaco Brain Donor e Queen Elisabeth.
Os The Psychedelic Furs foram formados em 1977, na cidade de Londres, pelos irmãos Richard Butler, vocalista e Tim Butler, baixista a quem se juntaram o saxofonista Duncan Kilburn e o guitarista Roger Morris. Em 1980, quando lançaram o seu primeiro trabalho homónimo, o guitarrista John Ashton e o baterista Vince Ely juntaram-se à banda transformando-a num sexteto que mostravam um som com uma roupagem pós punk onde primava a voz rouca de Richard. O álbum "Talk Talk Talk" de 1981 produziu um single de grande sucesso "Pretty in Pink" que, em 1986 numa nova versão, fez parte da banda sonora de um filme com o mesmo nome. "Forever Now" de 1982 viu nascer "Love my Way" e "President Gas". Em 1984 e entretanto com a banda reduzida a um trio (os irmãos Butler e Ashton) lançaram um dos discos obrigatórios da década de 80, "Mirror Movies", um álbum cheio de grandes canções. O filme "Pretty in Pink" ajudou a dar mais importância à banda que consequentemente fez do trabalho seguinte, "Midnight to Midnight" de 1987, um sucesso de vendas. Em 1988, aproveitando este sucesso comercial, que também foi ajudado pelas vendas do single "Heartbreak Beat", a banda decide lançar este "All of this and Nothing", uma compilação que contém algumas das músicas que contam parte da sua história. Em 1989 segue-se "Book of Days" que marcou o regresso de Vince Ely, mas foi uma decepção comercial considerável. "World Outside" de 1991, apesar do excelente single "Until she comes", também não conseguiu encontrar o sucesso esperado e como resultado teve o final da banda. No ano seguinte, Richard formaria com o inseparável irmão um novo projecto, os Love Spit Love. Em 2000 os dois reativaram os Psychedelic Furs e em 2001 lançaram o primeiro álbum ao vivo "Beautiful Chaos".
"HEAVEN"
"GHOST IN YOU"
No dia 20 de Setembro de 1991 os Psychedelic Furs vieram a Portugal para dar um concerto no Cinema Vale Formoso, Porto para no dia seguinte visitarem o Coliseu de Lisboa.
A banda Holandesa The Essence não são os The Cure disfarçados mas é inegável a semelhança entre eles, bastando para isso ouvir uma música. O líder Hans Diener (voz, guitarra, sintetizador e piano) formou os The Essence em 1984, na cidade de Roterdão, e convidou Jerry Geertsma' Jeroen, para o baixo e Olaf Willemsen, para a bateria.
Em 1986 a banda lançou o seu LP de estreia "Purity" e no ano seguinte o segundo trabalho "A Monument of Trust" de onde foi extraído o single "A Mirage" que foi um grande sucesso em Espanha, facto que contribuiu para o ínicio de uma longa digressão Europeia.
Os Essence não ficaram tão conhecidos como os Cure, mas a verdade é que álbuns como "A Monument of Trust" e este "Ecstasy", de 1988, os transformaram em banda de culto, sendo este prestado principalmente por fãs do movimento gótico.
Geralmente associado aos anos 80, os The Essence continuaram a gravar na década de 90, lançando "Nothing Lasts Forever" em 1991 e "Glow" em 1996 que conta já com uma nova formação prestada pelos irmãos Tan, George ocupou o lugar da bateria e Mark ficou com os teclados e o baixo. Em 1994 a editora Cherry Red Records lançou "Dancing in the Rain — The Best of the Essence" uma compilação das suas músicas mais populares.
Para muitos os The Essence foram a banda que plagiou os The Cure. Hans Diener foi um perito na reprodução da voz de Robert Smith sendo o seu o gémeo vocal. As músicas duplicavam as camadas negras e as guitarradas do som dos Cure e mesmo até os títulos escolhidos como "Between Yesterday and Today" e "The Cat" eram notados. Este tipo de imitação pode têr várias reacções. Duas delas serão o desprezo ou o apreço.
Robert Smith é o líder e o único membro fixo da banda The Cure, desde a sua formação inicial. Nasceu em Blackpool, Inglaterra, em 21 de Abril de 1959, e ainda em criança mudou-se para a periferia da cidade de Crawley. Segundo a história, formar uma banda de rock foi a saída óbvia para o rapaz tímido e estranho que usava maquilhagem e roupas pretas, tendo sido expulso da escola por ser considerado uma má influência para os outros alunos. Robert admitiu que a inspiração para uma banda foram os Clash. Aos 16 anos, formou com companheiros de escola a banda Easy Cure que seria o embrião da banda The Cure, precursora e principal divulgadora do rock que viria a ser conhecido como gótico, marcado por visual e letras depressivas, batida acelerada e dançavel.
Neste mês faz trinta anos que uma demo com a música "Killing An Arab" caiu nas mãos de Chris Parry, um executivo da editora Polydor que impressionado com a música e principalmente com a atitude estranha e original da banda, resolveu apostar na produção de um single. Esta música foi inspirada no livro de Albert Camus "The Stranger". Não é uma canção racista, mas causou muita controvérsia devido ao título. O livro fala sobre o existencialismo, o título "Killing An Arab" foi retirado de uma passagem onde o personagem principal pensa no vazio da vida depois de matar um homem numa praia. Em Concertos ao vivo Robert Smith trocou muitas vezes o título original e cantou "Kissing an arab". O single foi lançado em Dezembro de 1978 e foi seguido de um intenso trabalho, de divulgação e concertos, que esgotou, desde logo, a primeira edição e embora a música não tenha chegado aos primeiros lugares dos tops, a boa repercussão foi suficiente para que a banda pudesse gravar o seu primeiro longa duração, o clássico "Three Imaginary Boys", em 1979, cuja capa não trazia nenhuma foto da banda, somente três electrodomésticos. Os singles que se seguiram, "Boys Don't Cry" e "Jumping Someone Else’s Train", seriam sucessos ainda maiores. No final de 1979, os The Cure já tinham tido duas mudanças na sua formação e desde então nenhum componente durou muito tempo. Até 1982, a banda prosseguiu como um trio - Roberth Smith na guitarra, voz e sintetizadores, Laurence Tolhurst na bateria e mais tarde nos teclados e Simon Gallup no baixo. O segundo álbum, "17 Seconds" de 1980, marcou um avanço na técnica de estúdio da banda, com muito experimentalismo, teclados e arranjos muito elaborados, que os caracterizariam a partir de então. É deste disco o seu primeiro grande sucesso, "A Forest". A banda torna-se num grande sucesso na Inglaterra e arrisca a sua primeira digressão mundial. Todos os discos desde então apenas viriam a confirmar a sua popularidade crescente. Para vêr e ouvir deixo-vos com a primeira apresentação ao vivo num programa de televisão em 1979.
A primeira vez que os Cure visitaram Portugal foi em 28 de Junho de 1989 para um concerto no estádio de Alvalade. Mais tarde regressaram aos Festivais de Verão, em 1995 vieram ao primeiro Super Bock Super Rock (9/07), em 1998 ao Sudoeste (7/08), em 2002 visitaram novamente a Zambujeira do Mar (4/08) e em 2004 foram a Vilar de Mouros (17/07). Este ano no dia 8 de Março estiveram no Pavilhão Atlântico.
Em 1979 os irmãos Simon (vocalista) e Justin Jones (guitarrista) inspirados pela ideologia do movimento pós-punk, decidiram transformar todo tédio bucólico da vila rural de Worcestershire, Inglaterra, onde viviam, em música, ao lado dos amigos Steven Burrows (baixista) e Nick Havas (baterista). Quando descobriram que os The Cure estavam à procura de uma banda suporte, os And Also The Trees enviaram uma demo-tape e acabaram sendo escolhidos para abrir os concertos da digressão dos Cure de 1981. Esta união teve como consequência uma amizade entre as bandas que fez com que Robert Smith produzisse a cassete "From Under the Hill" em 1982, com uma edição limitada a 200 cópias.
Em 1983 é a vez de Laurence Tolhurst produzir os seus dois primeiros singles, "Shantell" e "The Secret Sea", e também o primeiro álbum, "And Also the Trees".
Depois de uma segunda tour com os The Cure em 1984 os AATT começam a desenvolver a sua própria identidade através de um som próprio que mostram no segundo trabalho "Virus Meadow" de 1986, um álbum rico em melancolia e lamentos que resultou na primeira digressão europeia onde aparentemente encontraram um público arrebatado pelo drama e que entendeu a natureza poética do seu trabalho.
Em 1988 lançaram este "The Millpond Years" onde continuaram a produzir canções apaixonadas e dramáticas com uma inspiração lírica cheia de cenários rurais, eventos sobrenaturais e imagens místicas, como os títulos das músicas "The Sandstone Man", "Count Jefferey" ,"Simple Tom and the Ghost of Jenny Bailey" e "House of the Heart", demonstram.
Os AATT continuam o seu excelente trabalho com os subsequentes albuns "Farewell To The Shade" de 1989 e "Green Is The Sea" de 1991. O lançamento de 1993 "The Klaxon" mostra o início de um novo capítulo na vida dos AATT, as influências esotéricas e rurais foram substituídas por sensações mais urbanas e guitarras dedilhadas. Esta mudança continua no aclamado "Angelfish" de 1996 e "Silver Soul" de 1998. Entre 1998 e 2003 os AATT praticamente desapareceram. O rumor do seu final termina com "Further From The Truth", um testemunho da qualidade eterna da sua música. No ano passado lançaram "(listen for) The Rag and Bone Man", álbum que foi gravado numa casa rural do sec. XI e também numa capela Victoriana de Londres, utilizaram um contrabaixo, cítara e piano que teve como resultado um som rico, orgânico, que foi ainda colorido por uma guitarra que traz o som que marca os seus primeiros anos. Este ano estava prevista a primeira visita a Portugal a 13 de dezembro, que foi cancelada e adiada para o início do próximo ano.