Lewis Allen Reed, nasceu no dia 4 de Março de 1942 em Brooklyn, Nova York e falar sobre ele era escrever um livro, tais são os temas e a história que este músico tem para contar, por isso vou tentar ser o mais sucinto e directo possivel.
Embora Lou Reed tivesse mais êxito na sua carreira a solo, para mim, será como líder e principal compositor dos The Velvet Underground que ele vai ser mais recordado, devido à capacidade visionária desta banda, formada em 1964. Ainda hoje considero que os seus álbuns de estúdio são de escuta obrigatória. "Heroin", "Sweet Jane", "Venus in Furs", "All Tomorrows Party", "Lisa Says" são alguns dos clássicos que Lou Reed escreveu para a banda que ele partilhou com John Cale, Sterling Morrison, Maureen Tucker(que substituiu Angus MacLise), Doug Yule(que substituiu Cale, depois de ter sido despedido por Reed), a rejeitada Nico e porque não incluir o famoso produtor do primeiro trabalho, Andy Warhol.
A falta de sucesso comercial foi certamente um dos factores que fez Lou Reed abandonar os Velvet em Agosto de 1970 para começar a sua carreira a solo. Em 1971 lança o trabalho homónimo de estreia que não é mais do que um álbum de versões de músicas que ele escreveu para os Velvet. Algumas delas só seriam conhecidas na sua versão original, 25 anos depois. O segundo trabalho "Transformer", produzido por David Bowie e pelo guitarrista Mick Ronson,tornou-se num clássico da história da música, cheio de grandes canções como "Sattelite of Love", "Vicious", "Perfect Day" e "Walk on the Wild Side".
Deste compositor, capaz de uma melodia considerável e de uma irrepreensivel sensibilidade e introspecção, seguiram-se 13 álbuns de estúdio e 4 ao vivo para chegar a este "New York", a cidade que tantas vezes o inspirou. No coração belo e decadente da cidade de Nova York, Lou Reed, encontrou uma abundância de assuntos como, a SIDA, a prostituição, as drogas e a policia, as bebidas alcoolicas, as crianças, que ele aproveitou para criar as letras deste disco. O impacto devastador da SIDA é abordado em "Halloween Parade", o ciclo vicioso do abuso infantil, em "Endless Cycle" e a condição humana dos sem-abrigo, em "Xmas in February". É com algum humor que ele também aborda a sua própria vida, em "The Beginning of a Great Adventure" ele faz uma meditação divertida sobre as possibilidades de paternidade e "Dime Store Mystery" é uma comovente elegia sobre Andy Warhol. A promoção do disco foi feita através do "Romeu e Juliette" mas é principalmente "Dirty Blvd", canção que fala sobre o contraste entre os ricos e pobres da cidade de Nova York, que faz o álbum desfilar nos lugares cimeiros dos tops durante semanas.
Com a ajuda de Maureen Tucker nas percussões "New York" foi produzido de forma inteligente, é uma obra-prima do "rock & roll" e é um dos melhores álbuns da carreira a solo de Lou Reed.
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