sábado, 19 de setembro de 2009

Discos Twenty Years: A.R. Kane "i"



Formados em 1986 na cidade de Londres, os A.R. Kane eram essencialmente uma feliz parceria entre Alex Ayuli e Rudi Tambala. Muitas vezes surrealistas e de um modo geral muito dançaveis devido à sua forte influência dub,a música da banda é vista como uma influência seminal em géneros como a dream pop (termo inventado por eles para descreverem a sua música), trip hop, acid house e pós-rock. As suas letras abordam frequentemente temas como a água, os oceanos, o amor, as cores, a infância e os sonhos. Foram apelidados pela imprensa britânica como os "The Black Jesus and Mary Chain" depois de editarem o primeiro single "When You're Sad," pela One Little Indian. Em 1987 mudam-se para a 4AD e com a assinatura de Robin Guthrie gravaram o Ep "Lollita".
Ainda em 1987 o patrão da 4AD, Ivo Watts sugeriu uma reunião entre os A.R.Kane, os Colourbox e os DJs "C.J." Mackintosh e Dave Dorrell, para gravarem uma fusão única de ritmos e batidas de gravações de soul clássico com electrónica. Esta colaboração
teve o nome de M/A/R/R/S e o trabalho realizado foi um sucesso chamado "Pump Up The Volume", que anuncia uma absorção gradual do Rap e do Hip Hop na música de dança.

Em 1988 trocam a 4AD pela Rough Trade para começarem a trabalhar no aguardado álbum de estreia, "69", que cumpriu todas as expectativas criadas em torno dele. Melhor que as minhas palavras, aqui vai uma música deste álbum que possivelmente tornou-se numa influência para nomes importantes como Tricky, Tv on the Radio e Kele Okereke dos Bloc Party.


Em 1989 lançaram este "i", um álbum que mais parece uma bola de cristal porque profetiza praticamente todos os grandes desenvolvimentos musicais da década de 90. O Techno, o Dub, o Drone-pop, o Shoegaze estão presentes neste disco que indicou caminhos tomados por inumeras bandas. "i" é um LP duplo organizado em 4 partes contendo 4 faixas cada uma, divididas por uma série de interlúdios. Largamente ignorado aquando do seu lançamento original, "i" ainda é uma obra-prima subvalorizada.


Apanhados pelo colapso da Rough Trade, só três anos mais tarde é que lançam uma compilação, "Americana", pela Luaka Bop. Em 1994 despedem-se com "New Clear Child".

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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

As Outras Músicas de 1989

Este ano faço, mais uma vez, questão de associar o mês de Agosto à maioria. Em 1989 S.Pedro de Moel e Quarteira foram o destino escolhido para os 30 dias de férias seguidos, coisa impossível no presente. Ainda hoje me interrogo como é que conseguia passar tanto tempo fora de casa e com muito menos dinheiro daquele que hoje gasto. Com os votos de umas boas férias, em 1989 estas foram as grandes malhas em tudo que era rádio e "sítio" da moda:

Os De La Soul foram uma banda norte-americana de hip-hop, formada em 1987 em Long Island, Nova York, que em 1989 com o inovador uso de samples, editaram o álbum de estréia, "3 Feet High and Rising", que foi classificado como a obra-prima e obrigatória do hip-hop.




Tone Lōc é um actor e rapper norte-americano, várias vezes nomeado para os Grammy, que ficou muito conhecido devido à sua voz grave utilizada no álbum "Loc-ed After Dark" donde foram retirados os singles "Wild Thing" e "Funky Cold Medina".




Neneh Cherry nasceu dia 10 de Março de 1964 em Estocolmo, Suécia, é filha da Pintora sueca Moki Cherry, irmã de Eagle Eye Cherry e enteada do trompetista de jazz, Don Cherry. Em Junho de 1989 editou o álbum de estreia "Raw Like Sushi", trabalho onde mistura hip-hop com pop, rap e outras influências.




Soul II Soul é uma banda inglesa de Londres que em 1989 lançaram "Club Classics vol.one", um álbum histórico onde a Soul e a R&B criaram êxitos tão conhecidos como é o caso deste "Back to Life".




Lisa Stansfield, começou a sua carreira com os Coldcut e o sucesso "People Hold On". O disco de estreia, “Affection”, vendeu 4,5 milhões de cópias. Um dos motivos foi a música “All Around the World”, que em 1989 desfilou em todos os tops internacionais e lhe garantiu alguns prémios, como o de a melhor canção e o de melhor artista revelação, entre eles, o Brit Award.




Fine Young Cannibals são uma banda britânica fomada em Birmingham em 1984. Em 1989 através do álbum "The Raw and the Cooked" ficam conhecidos com os sucessos "Good Thing" e "She Drives Me Crazy" .

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Top Ten 1989: The Cure "Disintegration"


Depois de lançarem em 1987 o duplo álbum "Kiss me, Kiss me, Kiss me", 1988 foi o ano em que Robert Smith teve de mostrar a todos, toda a sua força interior. Apesar de ter sido um ano de alegrias, como foi exemplo o seu casamento com Mary Poole, depois de 14 anos de namoro, Robert teve que ultrapassar a angústia provocada por um incêndio na sua casa, onde perdeu todos os seus pertences, excepto as letras das suas músicas. No fundo, as letras eram a coisa com que ele mais se importava e os seus amigos não economizaram forças para resgatá-los do meio do fogo. Como se esta situação não fosse suficiente, Lol Tolhurst continuava a mostrar desleixo com a banda, aparecendo nos ensaios apenas para receber cheques. Robert cansa-se desta atitude, muito pouco profissional, e acaba por demitir Lol da banda, acabando com uma amizade de muitos anos.

Em 1989, os Cure conseguem atingir o pico da sua popularidade com este sedutor "Disintegration", considerado pela maioria dos fans, o melhor álbum da banda. É um disco hipnótico, fascinante, composto quase inteiramente por atractivos e bem construídos épicos como o refrescante "Pictures of You", a encantadora "Love Song", o latejante "Fascination Street" e o misterioso "Lullaby". "Disintegration" é o culminar de todas as direcções musicais a que os Cure se dedicaram durante a década de 80 e foi, na altura, o disco que iria provocar o fim da banda, segundo boatos que iam sendo lançados e consolidados após Robert Smith ter dito "I’ll never see you again" no final de um concerto em Mansfield, EUA.


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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Top Ten 1989: The Stone Roses "The Stone Roses"




Este é o Lp de estreia dos The Stone Roses que, anos após a sua edição, foi eleito por uma larga maioria da imprensa britânica como o melhor álbum inglês de todos os tempos. Eles próprios também foram considerados a melhor banda nascida na terra da rainha, tendo sido nomeados os lideres da cena "Madchester", o fenómeno que fundiu as guitarras pop com o delírio fornecido pelas drogas, raves e a cultura da dança. As repercussões deste trabalho histórico podem ser ouvidas em toda a década de 90, através do movimento "brit pop", como é exemplo confesso dos seus principais intervenientes, Oasis e Blur.

Eu, não vou tão longe, mas confesso que também me rendi a esta colecção de hinos, que considero a numero um de 1989. Sem dúvida que a figura e a voz de Ian Brown foi muito importante, como mais tarde ele acaba por atestar através da sua carreira a solo, mas a verdadeira chave do sucesso dos Stone Roses são as simples e atractivas guitarradas de John Squire exemplarmente acompanhadas pela secção rítmica de Reni e Mani que, de uma forma natural, enchem todas as músicas com ritmos de dança.

Os singles retirados deste álbum, lançado em Março de 1989, "Made of Stone" e "She Bangs the Drums" acabaram por entrar em todos os Tops, mas a canção que escolhi para divulgar este álbum, que em 1991 foi finalmente editada como single, foi o "I Wanna Be Adored". Julgo que (no Porto e arredores) será a música que mais paixões desperta e é provavelmente a letra que mais descreve os Stone Roses e, principalmente, Ian Brown.



Seguiu-se uma história de 7 anos bastante atribulados.
Em 11 de Agosto de 1996, Portugal, já sem Reni(substituído por Robbie Maddix) e John Squire(substituído por Aziz Ibrahim), teve a oportunidade de assistir, no relançado "Festival Vilar de Mouros", a uma desastrosa prestação que foi repetida noutros festivais europeus, levando ao abandono de Mani (que juntou-se aos Primal Scream) e também ao final oficial da banda, em Outubro de 1996.

No próximo dia 10 de Agosto está prevista uma nova edição especial deste álbum que marca o seu vigésimo aniversário de lançamento.

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Top Ten 1989: The Stone Roses "Fools Gold"




Editado em Novembro de 1989, arriscava a dizer que só em 1990 é que Portugal teve um contacto directo com este maxi-single, pós-debute álbum dos Stone Roses que a maioria dos seguidores do, na altura, chamado "som da frente" teve dificuldade em classificar.

Orientado para a dança, é , sem dúvida, um dos temas mais fortes e mais representativo do movimento "Madchester", mas levanta algumas questões:

Este tema é da mesma banda, ou seja dos Stone Roses?
Vamos colocar este disco onde?
Na secção Indie?
Ou na secção Dança/Novas Tendências?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Top Ten 1989: Depeche Mode "101"


Os Depeche Mode, precursores do synth pop, foram formados em 1980 em Basildon, Essex, Inglaterra, por Dave Gahan (vocalista), Martin L. Gore (teclista, guitarrista, voz), Andrew Fletcher (teclista) e Vince Clarke (teclista e principal compositor) que abandona a banda logo após o lançamento do álbum de estréia "Speak and Spell" em 1981, por não se rever no tipo de sucesso que a banda estava a alcançar, para formar os Yazoo, sendo substituído por Alan Wilder entre 1983 e 1995. Após a saída de Wilder, os Depeche Mode continuaram a sua carreira como um trio.

Em 1987, é lançado "Music for the Masses", o sexto trabalho de originais que lhes asseguraria definitivamente uma posição de destaque nos EUA, originando algumas das músicas mais emblemáticas dos Depeche Mode e dos anos 80. Canções como "Never let me down Again", "Behind the Wheel" e "Strangelove" tiveram uma ampla divulgação nas rádios de todo o mundo e o sucesso do álbum reflectiu-se numa estrondosa digressão mundial imortalizada num documentário assinado por D.A. Pennebaker e neste duplo álbum "101".



Apesar de não ser grande adepto das edições ao vivo, reconheço neste álbum um marco em termos de produções discográficas deste género. O centésimo primeiro (101) concerto da digressão mundial do "Music for the Masses", realizado no Rose Bowl de Los Angeles, tornou-se lendário por ter ultrapassado todos os recordes de assistência até então estabelecidos por apenas uma banda. Apesar do numero oficial ser de 60.453 outras fontes revelam um, muito diferente e impressionante, que rondou as 80.000 pessoas. Se havia dúvidas os Depeche Mode tiraram, mostrando serem uma banda perfeitamente capaz de transportar a sua música do estúdio para o palco como nenhuma outra, tornando-se numa grande influência para diversas bandas de Pop e Rock actuais.



Os Depeche Mode visitaram Portugal pela primeira vez, há precisamente 16 anos, no dia 10 Julho do ano de 1993, sem uma certeza absoluta penso que a primeira parte, no Estádio das Antas e na outra data no Estádio de Alvalade, foi feita pelo projecto inglês Babylon Zoo. Regressaram com a "Touring the Angel", dia 8 de Fevereiro de 2006, ao esgotadissimo Pavilhão Atlântico, com os Bravery a assegurarem a primeira parte. Depois de cancelarem a terceira visita que ia acontecer no Estádio José Alvalade, dia 28 de Julho de 2006, os Depeche mode voltaram a cancelar um concerto único, que ia acontecer amanhâ,no Parque da Cidade do Porto ("Festival Super Bock Super Rock"), devido a uma lesão no músculo de uma perna de Dave Gahan. Este concerto ia servir de apresentação do, novo álbum editado este ano, "Sounds of the Universe".

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terça-feira, 16 de junho de 2009

Discos Twenty Years: Love and Rockets "Love and Rockets"



Este foi o álbum que mais dividiu os fãs dos Love and Rockets na altura. A música "So Alive" (uma homenagem a T. Rex) foi um grande sucesso e a capacidade de escrita, tanto de Daniel Ash como de David J, resultaram numa colecção das melhores canções das suas carreiras.

David J aplica nas suas músicas, todas as influências do Rock´n´roll e dos Blues, já Daniel Ash, devido ao "No Big Deal" e especialmente, "Motorcycle", nota-se que andou a ouvir discos dos Jesus & Mary Chain, mas o seu maravilhoso ronrom vocal marca-o, assim como as suas próprias canções.




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domingo, 29 de março de 2009

Top Ten 1989: The B-52´s "Cosmic Thing"


Formados em 1976 na cidade norte-americana de Athens, donde são também naturais os R.E.M., os amigos Kate Pierson, Cindy Wilson, Fred Shneider, Ricky Wilson (irmão mais velho de Cindy) e Keith Strickland, durante um, embriagado, jantar num restaurante chinês da cidade, decidiram formar os B-52´s, nome de um avião da Segunda Guerra Mundial mas é principalmente um nome utilizado pela gíria do sul do Estados Unidos para designar as perucas altas e extravagantes usadas por Kate e Cindy.

Com pouca experiência musical, a estreia da banda foi feita numa festa em casa de um amigo para comemorar o dia dos namorados de 1977. O primeiro trabalho, feito de forma independente, foi o single “Rock Lobster”, que ainda hoje é o grande clássico da banda. Em 1979 rumam a Nova York e depois de um bem sucedido concerto no lendário club CBGB (onde tocaram os Talking Heads, Patti Smith, Television, Blondie, Modern Lovers, etc…), ganham a atenção da imprensa e um contrato com a editora Warner.

Os dois primeiros LPs, "The B-52’s" (1979) e "Wild Planet" (1980) produziram diversos sucessos como a nova versão de "Rock Lobster", "52 Girls.", "Private Idaho", "Give Me Back My Man" e "Strobe Light", que os colocam à frente do movimento "New Wave" da época. Aproveitando o facto de serem bastante populares nas festas de garagem em 1981 lançaram o Ep "Party Mix!", que trazia seis temas, dos dois primeiros albuns, mixados. Com a assinatura de David Byrne em 1982 gravam o Ep "Mesopotamia", que apesar dos elogios por parte da crítica e apesar de ser o melhor disco em termos técnicos torna-se num fracasso comercial devido à abordagem de temas mais sérios, diluindo toda a vertente humorística da banda, situação rectificada, no ano seguinte, com o álbum "Whammy!" e o single "Legal Tender". Depois de um LP a solo de Schneider, "Fred Schneider & the Shake Society" (1984), a banda voltou ao estúdio para gravar "Bouncing Off the Satellites"(1986) . No dia 12 de Outubro de 1985, ocorre uma tragédia no grupo com a morte de Ricky Wilson, o principal compositor e autor das letras. Embora originalmente a sua morte fosse atribuída a causas naturais, foi depois revelado que ele tinha sido vitíma de SIDA. Com a sua morte, foi impossível promover o novo álbum e foi quase o final da banda.

Em 1989 e passados três anos, os B-52´s ressuscitam com o seu maior sucesso comercial até hoje, este "Cosmic Thing" produzido pela dupla Don Was e pelo ex-Chic e parceiro de David Bowie, Nile Rodgers. Com dois novos sucessos "Roam" e "Love Shack" e uma venda de mais de cinco milhões de cópias deste disco, eles voltaram a ser o foco das atenções, e aparentemente a alegria tinha voltado à banda, refeita da perda do ex-líder.



Cindy Wilson abandona a banda alegando exaustão física e emocional e queria também aproveitar o tempo para se dedicar à filha recém nascida. Com a saída de Cindy começou um outro período de hibernação que Kate Pierson aproveita para participar noutros projectos. Em 1990 participa no "Brick by Brick" de Iggy Pop e com ele faz um dueto inesquecível chamado "Candy", no ano seguinte faz o mesmo com os seus colegas de Athens, R.E.M e empresta a voz, carisma e alegria ao tema "Shiny Happy People", um dos dois sucessos do álbum "Out of Time".

Em 1992, o trio (Fred, Keith e Kate) lança "Good Stuff". Neste disco a banda mudou um pouco o conteúdo das letras e começa a abordar temas como a SIDA, meio ambiente e a defesa dos direitos dos animais. Era a primeira vez que os B-52’s levantavam de forma explicita bandeiras políticas. O regresso aos Tops chegou com a versão para a canção tema do filme "Os Flinstones", em 1993. Com o regresso de Cindy, em 1998 editam a colectânea "Time Capsule" que incluía 2 músicas inéditas. O ano de 2008 marca o reencontro com os B-52´s que pela editora Astralwerks e a produção de Steve Osborne lançaram "Funplex", um novo álbum passados 16 anos.

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segunda-feira, 2 de março de 2009

A banda revelação de 1989

The Lightning Seeds foi essencialmente o projecto a solo do notável produtor Ian Broudie, que nasceu a 4 de Agosto de 1958 em Liverpol, Inglaterra. A carreira de Broudie começa com os Big in Japan, uma importante banda de Liverpol que deu origem aos Echo & the Bunnymen, The Teardrop Explodes e Icicle Works. Depois do final dos Big in Japan em 1979, Broudie formou os Original Mirrors com o conhecido Holly Johnson (Frankie Goes to Hollywood), que, depois de 2 albuns editados, não tiveram qualquer tipo de sucesso comercial. Em 1981 Broundie torna-se produtor dos primeiros trabalhos dos Echo & the Bunnymen ("Crocodiles" e "Heaven Up Here") e dos The Fall ("Wah!" e "Frazier Chorus").
Em 1982, com Paul Simpson, forma os Care e lançam uma série de singles brilhantes, que vão abrindo caminho para o seu projecto a solo iniciado em 1989 com um sucesso internacional, o single "Pure".

No mesmo ano é lançado o seu primeiro LP, este bem sucedido "Cloudcuckooland". Entretanto, apesar do êxito deste trabalho, Broudie voltou novamente à produção de álbuns de bandas como os Primitives, Sleeper, Alison Moyet e The Frank & Walters.
Em 1992, Broudie regressa com "Sense" e partilha este trabalho com Simon Rogers (The Fall). Em 1994 lança "Jollification" e cria uma banda para o acompanhar numa digressão. Dois anos depois edita "Dizzy Heights" e em 1999 o seu último registo "Tilt".

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Top Ten 1989: Bill Pritchard "Three Months, Three Weeks, & Two Days"


Para aqueles que não conhecem a música de Bill Pritchard, ela é proeminentemente baseada num piano e guitarra acústica. O seu trabalho variou ao longo do tempo e foi-se movendo gradualmente em direção a um som mais Pop. A sua voz seca e a narração de histórias introspectivas contribuiram para lhe serem feitas comparações a Morrissey, Lloyd Cole e Robert Forster. Embora ele tivesse nascido em Lichfield, Inglaterra, Bill Pritchard é bem mais conhecido fora da sua pátria, onde foi acumulando uma legião de fãs em países como o Japão, Itália, Holanda, Bélgica e França.

Os dois primeiros trabalhos de Pritchard, "Bill Pritchard" e "Half a Million" provocaram o interesse da editora Play It Again Sam (Pias) que em 1989 lançou o seu terceiro álbum, este "Three Months, Three Weeks & Two Days", que foi um fracasso em Inglaterra, mas vendeu bem noutros países europeus. Foi produzido pelo francês Etienne Daho e tornou-se no álbum que cimentou a sua popularidade europeia, ao ponto do cantor/autor de canções britânico se ter mudado para Paris. Este álbum é uma jóia subestimada, sendo basicamente acústico e constituído por canções Pop com versos líricos encantadores, bonitas melodias, e coros memoráveis. O álbum teve também grande destaque nas rádios universitárias americanas e o vídeo do single "Tommy and Co", que conta com a participação de Françoise Hardy, nos coros, foi até apresentado no programa 120 Minutos da MTV.



Em 1991, Ian Broudie dos Lightening Seeds produziu "Jolie" o quarto álbum de Pritchard, que foi um fenómeno de popularidade no Japão e no Canadá, atraindo as atenções da editora Polygram/Island com quem assina contrato. Contudo, os problemas com a etiqueta acabaram praticamente com a sua carreira. Em 1995, Bill Pritchard formou os Beatitude com o guitarista Tim Bradshaw, o baixista Tuppy Rutter, e o baterista Paul Barlow e gravaram um single, "Baby in Brylcreem". Em 1998 lançou "Happiness and Other Crimes" e desapareceu completamente o que me leva a perguntar, Alguém viu Bill Pritchard?



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