domingo, 29 de março de 2009

Top Ten 1989: The B-52´s "Cosmic Thing"


Formados em 1976 na cidade norte-americana de Athens, donde são também naturais os R.E.M., os amigos Kate Pierson, Cindy Wilson, Fred Shneider, Ricky Wilson (irmão mais velho de Cindy) e Keith Strickland, durante um, embriagado, jantar num restaurante chinês da cidade, decidiram formar os B-52´s, nome de um avião da Segunda Guerra Mundial mas é principalmente um nome utilizado pela gíria do sul do Estados Unidos para designar as perucas altas e extravagantes usadas por Kate e Cindy.

Com pouca experiência musical, a estreia da banda foi feita numa festa em casa de um amigo para comemorar o dia dos namorados de 1977. O primeiro trabalho, feito de forma independente, foi o single “Rock Lobster”, que ainda hoje é o grande clássico da banda. Em 1979 rumam a Nova York e depois de um bem sucedido concerto no lendário club CBGB (onde tocaram os Talking Heads, Patti Smith, Television, Blondie, Modern Lovers, etc…), ganham a atenção da imprensa e um contrato com a editora Warner.

Os dois primeiros LPs, "The B-52’s" (1979) e "Wild Planet" (1980) produziram diversos sucessos como a nova versão de "Rock Lobster", "52 Girls.", "Private Idaho", "Give Me Back My Man" e "Strobe Light", que os colocam à frente do movimento "New Wave" da época. Aproveitando o facto de serem bastante populares nas festas de garagem em 1981 lançaram o Ep "Party Mix!", que trazia seis temas, dos dois primeiros albuns, mixados. Com a assinatura de David Byrne em 1982 gravam o Ep "Mesopotamia", que apesar dos elogios por parte da crítica e apesar de ser o melhor disco em termos técnicos torna-se num fracasso comercial devido à abordagem de temas mais sérios, diluindo toda a vertente humorística da banda, situação rectificada, no ano seguinte, com o álbum "Whammy!" e o single "Legal Tender". Depois de um LP a solo de Schneider, "Fred Schneider & the Shake Society" (1984), a banda voltou ao estúdio para gravar "Bouncing Off the Satellites"(1986) . No dia 12 de Outubro de 1985, ocorre uma tragédia no grupo com a morte de Ricky Wilson, o principal compositor e autor das letras. Embora originalmente a sua morte fosse atribuída a causas naturais, foi depois revelado que ele tinha sido vitíma de SIDA. Com a sua morte, foi impossível promover o novo álbum e foi quase o final da banda.

Em 1989 e passados três anos, os B-52´s ressuscitam com o seu maior sucesso comercial até hoje, este "Cosmic Thing" produzido pela dupla Don Was e pelo ex-Chic e parceiro de David Bowie, Nile Rodgers. Com dois novos sucessos "Roam" e "Love Shack" e uma venda de mais de cinco milhões de cópias deste disco, eles voltaram a ser o foco das atenções, e aparentemente a alegria tinha voltado à banda, refeita da perda do ex-líder.



Cindy Wilson abandona a banda alegando exaustão física e emocional e queria também aproveitar o tempo para se dedicar à filha recém nascida. Com a saída de Cindy começou um outro período de hibernação que Kate Pierson aproveita para participar noutros projectos. Em 1990 participa no "Brick by Brick" de Iggy Pop e com ele faz um dueto inesquecível chamado "Candy", no ano seguinte faz o mesmo com os seus colegas de Athens, R.E.M e empresta a voz, carisma e alegria ao tema "Shiny Happy People", um dos dois sucessos do álbum "Out of Time".

Em 1992, o trio (Fred, Keith e Kate) lança "Good Stuff". Neste disco a banda mudou um pouco o conteúdo das letras e começa a abordar temas como a SIDA, meio ambiente e a defesa dos direitos dos animais. Era a primeira vez que os B-52’s levantavam de forma explicita bandeiras políticas. O regresso aos Tops chegou com a versão para a canção tema do filme "Os Flinstones", em 1993. Com o regresso de Cindy, em 1998 editam a colectânea "Time Capsule" que incluía 2 músicas inéditas. O ano de 2008 marca o reencontro com os B-52´s que pela editora Astralwerks e a produção de Steve Osborne lançaram "Funplex", um novo álbum passados 16 anos.

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segunda-feira, 2 de março de 2009

A banda revelação de 1989

The Lightning Seeds foi essencialmente o projecto a solo do notável produtor Ian Broudie, que nasceu a 4 de Agosto de 1958 em Liverpol, Inglaterra. A carreira de Broudie começa com os Big in Japan, uma importante banda de Liverpol que deu origem aos Echo & the Bunnymen, The Teardrop Explodes e Icicle Works. Depois do final dos Big in Japan em 1979, Broudie formou os Original Mirrors com o conhecido Holly Johnson (Frankie Goes to Hollywood), que, depois de 2 albuns editados, não tiveram qualquer tipo de sucesso comercial. Em 1981 Broundie torna-se produtor dos primeiros trabalhos dos Echo & the Bunnymen ("Crocodiles" e "Heaven Up Here") e dos The Fall ("Wah!" e "Frazier Chorus").
Em 1982, com Paul Simpson, forma os Care e lançam uma série de singles brilhantes, que vão abrindo caminho para o seu projecto a solo iniciado em 1989 com um sucesso internacional, o single "Pure".

No mesmo ano é lançado o seu primeiro LP, este bem sucedido "Cloudcuckooland". Entretanto, apesar do êxito deste trabalho, Broudie voltou novamente à produção de álbuns de bandas como os Primitives, Sleeper, Alison Moyet e The Frank & Walters.
Em 1992, Broudie regressa com "Sense" e partilha este trabalho com Simon Rogers (The Fall). Em 1994 lança "Jollification" e cria uma banda para o acompanhar numa digressão. Dois anos depois edita "Dizzy Heights" e em 1999 o seu último registo "Tilt".

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Top Ten 1989: Bill Pritchard "Three Months, Three Weeks, & Two Days"


Para aqueles que não conhecem a música de Bill Pritchard, ela é proeminentemente baseada num piano e guitarra acústica. O seu trabalho variou ao longo do tempo e foi-se movendo gradualmente em direção a um som mais Pop. A sua voz seca e a narração de histórias introspectivas contribuiram para lhe serem feitas comparações a Morrissey, Lloyd Cole e Robert Forster. Embora ele tivesse nascido em Lichfield, Inglaterra, Bill Pritchard é bem mais conhecido fora da sua pátria, onde foi acumulando uma legião de fãs em países como o Japão, Itália, Holanda, Bélgica e França.

Os dois primeiros trabalhos de Pritchard, "Bill Pritchard" e "Half a Million" provocaram o interesse da editora Play It Again Sam (Pias) que em 1989 lançou o seu terceiro álbum, este "Three Months, Three Weeks & Two Days", que foi um fracasso em Inglaterra, mas vendeu bem noutros países europeus. Foi produzido pelo francês Etienne Daho e tornou-se no álbum que cimentou a sua popularidade europeia, ao ponto do cantor/autor de canções britânico se ter mudado para Paris. Este álbum é uma jóia subestimada, sendo basicamente acústico e constituído por canções Pop com versos líricos encantadores, bonitas melodias, e coros memoráveis. O álbum teve também grande destaque nas rádios universitárias americanas e o vídeo do single "Tommy and Co", que conta com a participação de Françoise Hardy, nos coros, foi até apresentado no programa 120 Minutos da MTV.



Em 1991, Ian Broudie dos Lightening Seeds produziu "Jolie" o quarto álbum de Pritchard, que foi um fenómeno de popularidade no Japão e no Canadá, atraindo as atenções da editora Polygram/Island com quem assina contrato. Contudo, os problemas com a etiqueta acabaram praticamente com a sua carreira. Em 1995, Bill Pritchard formou os Beatitude com o guitarista Tim Bradshaw, o baixista Tuppy Rutter, e o baterista Paul Barlow e gravaram um single, "Baby in Brylcreem". Em 1998 lançou "Happiness and Other Crimes" e desapareceu completamente o que me leva a perguntar, Alguém viu Bill Pritchard?



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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

HOMENAGEM: David McComb

David McComb foi o vocalista e líder dos australianos Triffids. Cantava com um fervor idêntico ao seu amigo e compatriota Nick Cave e escrevia letras com a mesma poesia utilizada por Leonard Cohen, mas nenhuma destas qualidades o recompensou com qualquer tipo de êxito comercial.
Nasceu no dia 17 de Fevereiro de 1962, em Perth, Austrália, filho de um cirurgião plástico e de uma geneticista. A sua carreira começa, em 1976, com a banda Dalsy que passado algum tempo mudaria o nome para The Triffids. Em 1980, foi lançado o primeiro single dos Triffids, "Stand Up". No ano seguinte rumam a Sidney, Austrália, para lançarem, em 1983, o seu álbum de estreia "Treeless Plain". McComb editou mais cinco LPs com os Triffids, sendo cada um deles aclamado pela crítica musical mas nenhum deles os conduziu ao estrelato, razão que os levariam a terminar este projecto em 1989.
David McComb prossegue a sua carreira com os Blackeyed Susans. Em 1991 participa no tributo a Leonard Cohen, "I´m Your Fan" onde explora o tema "Don't Go Home With Your Hard-on" de forma brilhante. Em 1994 é lançado o seu primeiro trabalho a solo "Love Of Will".
Numa viagem a Nova York, McComb fica gravemente doente, facto que o faz regressar rapidamente à Austrália onde foi posteriormente colocado numa lista de espera de transplantes de coração. Um doador foi descoberto em 1995 e McComb fez o transplante com grande sucesso. No dia 30 de Janeiro de 1999, depois de um acidente de automóvel, David McComb foi hospitalizado onde viria a falecer, dia 2 de Fevereiro de 1999. Para o recordar escolhi o tema "Bury me deep in love" que ouvi vezes sem conta no "Som da Frente" do António Sérgio.



Discos Twenty Years - The Triffids "The Black Swan"



O trio australiano Triffids foi formado em Perth, em 1980, por David McComb (voz), pelo seu irmão Robert (guitarra e violino) e por Alsy MacDonald (bateria).
Durante os seus primeiros anos, vários membros passaram pela formação dos Triffids. Depois da entrada de Martyn Casey (baixo) e Jill Birt (teclas, voz), a banda editou o seu primeiro álbum, em 1983, "Treeless Plain" seguido, um ano depois, pelo EP "Raining Pleasure". Com o guitarrista Evil Graham Lee gravam, em 1986, "Born Sandy Devotional" e "In the Pines".
Em 1987 a banda assina contrato com a Island Records e edita a sua obra-prima "Calenture", já com Adam Peters, o novo guitarista.
Em 1989 é editado este "The Black Swan" que, antes de mais nada, oferece um vislumbre fascinante das várias direcções que os Triffids poderiam ter tomado. Neste álbum a banda troca as grandes orquestrações utilizadas no "Calenture" por um som mais directo, mais afiado, fazendo um maior uso da tecnologia digital do final dos anos 80. Infelizmente, as expectativas comerciais do produtor Stephen Street , não foram cumpridas e perante este cenário a banda termina sendo ainda lançado o álbum ao vivo "Stockholm" no ano seguinte.



Sobre os Triffids tenho uma história para contar pois foi graças a eles que fui oficialmente roubado pela primeira vez.
Estavamos no ano de 1987 e depois do mítico festival de Vilar de Mouros de 1982, que juntou em palco nomes importantes como Echo & the Bunnymen, The Stranglers, The Gist e os U2, Portugal ia ter um festival de música com a duração de 3 dias. O nome do festival era "Artlantico" e o local escolhido era a Costa da Caparica. A organização agradecia aos espectadores que dançassem nas dunas toda a noite. Já não me recordo dos nomes de todas as bandas que iriam fazer parte do cartaz deste festival, mas sei o nome das três bandas que me levaram a investir todas as minhas míseras poupanças neste evento. Eram elas Billy Brag, Pogues e os Triffids.

A compra antecipada dos bilhetes para três dias custou-me 2.950$oo. Em finais de Agosto eu, o Rui Jorge e o Fernando Paulo colocamos a mochila às costas e lá fomos para a Costa. Quando lá chegamos soubemos que a organização tinha transferido o local para os jardins em frente à Torre de Belém. Chegados a Belém reparamos que existia uma grande azáfama no sentido de desmontar o palco e os gradeamentos que limitavam o espaço do festival e depressa a palavra ia-se espalhando, o festival tinha sido cancelado porque a organização tinha fugido com o dinheiro. Nunca mais soube nada sobre este assunto, nem o nome dos responsáveis que ficaram com os meus três contos. Os Triffids que iam tocar no primeiro dia, já estavam em Lisboa e como não lhes foi feito qualquer pagamento, diz a história que foi publicada no "Blitz", que eles tiveram que fugir pelas trazeiras do Hotel onde estavam instalados e parece que acabaram por fazer um concerto no "Rock Rendez Vous" para conseguir dinheiro para pagar as viagens de regresso a casa. A desilusão foi transformada em três dias de praia e aventuras bem dispostas. Presenciar um festival teve uma espera de quase 10 anos com o Vilar de Mouros 1996.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Back to 1989

1989, para mim, não foi um ano tão brilhante como o de 1988, mas foi, sem dúvida, a confirmação e afirmação de muitos dos protagonistas de 1988 e da década de 80.

Os primeiros dez meses deste ano passei-os na cidade de Vila Real, local que me deixou boas recordações.As viagens de comboio (o "Texas") entre a Régua e Vila Real foi uma das experiências visuais que guardo na minha memória para além de outras como a Pousada de São Gonçalo, os banhos no rio Corgo, os Favaios antes do almoço e jantar, os encontros no Pioledo e a vida nocturna que devido à sua recém criada "Universidade de Tráz-os-Montes e Alto Douro" tinha muito por onde escolher, desde o bar "Barum Barero", à discoteca "Favorita" passando sempre pela discoteca "Ritmin´" e no fim-de-semana abria a discoteca "Minister" do Hotel Mira Corgo.

Em Dezembro de 1989 assumi o leme da mítica discoteca de Leça da Palmeira, "o Batô", a discoteca mais antiga do país, aberta desde 1971 e que pelas suas características é um local de visita obrigatória.

A temática para este ano vai ser a mesma do passado ano mas por falta de tempo vou-me centrar essencialmente no meu Top Ten de 1989 e em alguns discos que neste ano de 2009 fazem 20 anos. Para quem quiser usufruir, vai encontrar sempre as surpresas que deixo na capa dos discos e a minha lista de sugestões para 2009.

Segundo o meu "livrinho" o meu "Top Ten 1989", por ordem alfabética, é o seguinte:

Bill Pritchard - "Three Months, Three Weeks and Two Days"
Depeche Mode - "101"
Lou Reed - "New York"
Pixies - "Doolittle"
The B-52´s - "Cosmic Thing"
The Cure - "Desintegration"
The Jesus and Mary Chain - "Automatic"
The Stone Roses - "Fools Gold"
The Stone Roses - "The Stone Roses"
Tom Petty - "Full Moon Fever"

O ano de 1989 foi fértil em estreias, mas a minha escolha para a banda revelação recai nos The Lightning Seeds - "Cloudcuckooland".

Sejam bem-vindos, portanto, ao ano de 1989, o ano da queda do muro de berlim, do colapso do comunismo da Europa de leste, do massacre de estudantes chineses na praça de Tiananmen e o ano em que soubemos que Neptuno também tem anéis...

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A despedida do ano 1988

E pronto, dou por terminada a tarefa de resumir a história dos discos e das bandas de 1988. Ainda faltava falar de mais alguns trabalhos, mas no meu caso só faz sentido aborda-los neste ano de 2008 que está quase a acabar e por isso queria agradecer a todos aqueles que ajudaram a formar esta República.

Primeiro queria começar por agradecer ao Puto, à Sakiko Wang, ao Eduardo, à Lau, ao Malta, ao Barbed Wire, ao Noronha, ao André Faria, ao Dudes, ao iTeixeira, à Alice, à iMaria, ao Kay com especial abraço para o meu clube de fâs de Carrazeda de Ansiães e por fim ao Roque Santeiro.

Também queria agradecer aos ilustres desconhecidos que por aqui passaram como é o caso do Mancha, ao Luis Cardoso que com o seu comentário engrandeceu este blog pois ficamos todos a saber que o primeiro Maxi-Single da música portuguesa aconteceu em 1978 e pertence aos Arte & Oficio e finalmente ao M.A., que desconfio ter uma costela portuense o que me leva a crer que um dia irei conhecê-lo pessoalmente. Já agora aproveito para salientar o grande trabalho realizado pelo M.A. no seu April Skies.

Queria também agradecer a todos aqueles que me acompanharam nas dez sessões do "20 Years" e que aqui foram tratados com todo o carinho e estima possível. Obrigado a todos.
Queria também agradecer a TI e, como também sou educado, a SI.

Ainda não decidi o futuro desta República, mas tenho a certeza que não vou poder mais dispensar o tempo que é necessário para fazer um trabalho, no mínimo, razoável. Resta-me desejar um bom ano de 2009, deixando-vos com uma canção de 1988 retirada de um dos bons álbuns desse ano, "Tender Pervert" de Momus. Espero que gostem.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Discos Twenty Years: Fugazi "Fugazi" EP


O modo de trabalho dos Fugazi praticamente resume o Evangelho Indie que é, criar a própria editora, vender os discos e os bilhetes para concertos baratos e dar entrevistas para fanzines. No caso deles, fundaram a lendária Dischord que nasceu para que os Teen Idles, antiga banda de Ian MacKaye, pudesse lançar o seu trabalho. Hoje já tem mais de 20 anos de idade e está devidamente consolidada como um pilar fundamental para o rock independente americano das últimas décadas. É difícil de imaginar onde bandas como os Rage Against the Machine, Nirvana, Beastie Boys, Sleater-Kinney estariam hoje, se a Dischord não tivesse emergido no horizonte cultural dos anos 80. Uma boa amostra do que fez a editora pode ser encontrada na caixa, com 3 CDs, "20 Years Of Dischord", lançada em 2002.

Os Fugazi também foram famosos por ser a banda preferida do pessoal que seguia o chamado "Straight Edge" que é, antes de mais nada, uma música dos Minor Threat, a banda de hardcore que Ian MacKaye liderava na primeira metade dos anos 80, que serviu para baptizar um movimento comportamental dentro da cena punk. O straight-edge foi importante para provar que ser um punk não era sinónimo de ser imoral, violento, vândalo ou nazi. A filosofia straight-edge solicita aos seus seguidores que não consumam drogas, álcool, que não se entreguem a relações sexuais casuais e promíscuas, que pensem com uma mentalidade comunitária e que não se deixem nunca arrebatar pela violência.

A banda começou sua caminhada em 1987, na capital americana Washington e foi erguida das ruínas de algumas bandas importantes na consolidação do hardcore americano. Dos Minor Threat, banda que é hoje considerada uma das mais importantes da história do hardcore ,lado a lado com os Dead Kennedys e os Hüsker Dü, saiu o vocalista Ian McKaye. Dos Rites Of Spring, o guitarrista e vocalista Guy Picciotto. A banda foi completada pelo baixista Joe Lally e pelo baterista Brendan Canty. Através dos anos 90, lançaram, sempre via Dischord, os seguintes álbuns:
"13 Songs", que reúne os dois primeiros EPs lançados pela banda, o homónimo de 1988 e o "Margin Walker" de 1989; "Repeater", de 1990 que foi reeditado no mesmo ano com 3 faixas extra, que tinham sido lançadas no EP "3 Songs"; "Steady Diet Of Nothing", de 1991; "In On The Kill Taker" de 1993; "Red Medicine" de 1995; "Instrument", banda-sonora de um documentário sobre a banda editado em 1998; "End Hits" de 1999.
Foi há precisamente 20 anos e um dia que todo este pessoal viveu o "Waiting Room" desta forma

Este vídeo é para prestarem atenção à letra.

A despedida dos Hüsker Dü



Os Hüsker Dü foram uma das mais importantes bandas do underground americano durante os anos 80. Com uma sonoridade inovadora e revolucionária, a banda é sinónimo de power trio.

Formados em St. Paul, Minnesotta por Bob Mould, na voz e guitarra, Greg Norton, no baixo e Grant Hart, na voz e bateria, os Hüsker Dü começaram, em 1979, a tocar hardcore inspirado e influenciado pelo cenário californiano. Com as composições e vocalizações a cargo de Bob Mould e Grant Hart, o início da carreira da banda era concentrado num som agressivo e rápido, remanescente de bandas como Black Flag, Minor Threat e Dead Kennedys. Na sequência, o som da banda foi ficando mais elaborado sendo o ponto chave dessa mudança o álbum duplo "Zen Arcade" de 1984 e a partir daí, os Hüsker tornaram-se num ponto de referência para o chamado indie rock durante os anos 80 e 90.

Depois de lançarem em 1985, pela SST, "New Day Rising" e "Flip Your Wig", os Hüsker Dü tornaram-se na primeira banda independente, pós-punk, da primeira metade da década de 80 a assinar um contracto com uma grande editora, a Warner Brothers, onde editaram "Candy Apple Grey", em 1986 e "Warehouse: Songs And Stories", o seu ultimo trabalho, em 1987.

Os motivos que levaram ao fim da banda são os mesmos de sempre, a dependência de droga e álcool. Neste caso os protagonistas foram Mould, que muito cedo fica recuperado e Hart que não demonstrava sinais de recuperação, ficando grande amigo da heroína.

Hart recuperou-se do abuso de drogas e formou uma nova banda, os Nova Mob. Greg Norton tornou-se chefe de cozinha em restaurantes de Minneapolis. Bob Mould começou uma carreira a solo, explorando sonoridades mais intimistas e acústicas e após lançar dois álbuns, "Workbook" (1989) e "Black Sheets of Rain" (1990), forma o trio Sugar em 1992.

Para ouvir deixo-vos com "Something I Learned Today", tema retirado do duplo álbum "Zen Arcade" e para vêr deixo-vos com mais uma das minhas homenagens a um canadiano que teve a feliz idéia de realizar um vídeo por dia durante um ano, onde ele mostra partes da sua bonita cidade, Hamilton (Ontário, Canada), a dançar. Já o tinha mostrado a dançar o "Sex Beat" dos Gun Club e o seu nome é Mike. Viva os Hüsker Dü e viva o Mike.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Os 4 senhores, Bob, Leonard, Neil e Tom em 1988

São quatro protagonistas maiores da história da música, que dispensam qualquer tipo de apresentação. Todos eles começaram as suas carreiras na década de 60, excepto Tom Waits que a inicia nos inicios da década de 70. Passados 20 anos, todos eles continuam no activo, a subir aos palcos com o estatuto de mitos que foi conquistado ao longo do tempo. Este ano todos eles passaram por Portugal e mais uma vez a excepção foi a de Tom Waits que não se lembrou de nos colocar na sua esgotadíssima digressão europeia.

Discos Twenty Years - Bob Dylan "Down in the Groove"




Robert Allen Zimmerman aka Bob Dylan nasceu em 24 de Maio de 1941, em Duluth, Minneapolis, E.U.A.. A sua imagem com a guitarra e a harmónica e a sua inconfundível voz fanhosa, tem, só por si, um efeito poderoso. Este é provavelmente um dos discos menos interessantes de Bob Dylan, constituído na sua maioria por versões. Uma das últimas passagens por Portugal foi em 2004 no Festival de Vilar de Mouros. Este ano no dia 11 Julho actuou no Festival Optimus Alive.


Discos Twenty Years - Leonard Cohen "I´m Your Man"



Leonard Cohen nasceu em 21 de Setembro de 1934 em Montreal, Canada. Começou por ser escritor, com quatro livros publicados, mas na segunda metade da década de 60 resolve ser o Dylan canadiano. Músico e escritor de canções, é facilmente reconhecido pela sua voz grave e pelo modo como canta a impossibilidade do amor, as mulheres, a solidão, os heroísmos e outras ilusões. Este disco é uma das suas obras obrigatórias e mostra tudo aquilo que acabei de escrever. Depois de dois concertos em 1985 e 1988, este ano regressou a Portugal, dia 19 de Julho, para mais um no Passeio Marítimo de Algés.





Discos Twenty Years - Neil Young "This Note´s for You"



Neil Young nasceu em 12 de Novembro de 1945 em Toronto, Canada. A sua atitude é de rocker que o tornou uma espécie de referência histórica para o movimento grunge. De todos os músicos que aqui são referidos é ele quem transporta, com mais convicção, o estandarte do rock´n´roll.Nunca abandonou o seu estilo, que viajou entre o folk e o rock, e manteve-se fiel às suas causas socias e políticas. Este disco foi um fracasso comercial e era evidente que ele para ganhar o seu público de volta teria de voltar à fazer o mesmo tipo de música que eles tinham gostado, uma década antes. Neil Young actuou este ano em Portugal no Festival Optimus Alive no dia 12 de Julho.





Discos Twenty Years - Tom Waits "Big Time"



Thomas Alan Waits nasceu em 7 de Dezembro de 1949 em Pomona, na Califórnia, E.U.A.. A extrema rouquidão da sua voz, combinada com interpretações densas, tornou-o num dos artistas mais cultuados do jazz e blues da sua geração. Para além de ser cantor e compositor, ele ainda acumula uma carreira como actor, aparecendo em diversos filmes do realizador de cinema Francis Ford Coppola, de quem Waits é muito amigo. Foi também nomeado para um óscar pelas suas canções no musical "One From the Heart", onde ele também desempenha o papel principal. Este disco é o resultado de um filme concerto-teatral, fruto de uma colaboração entre o casal, Kathleen Brennan e Tom Waits. Como é muito raro ele fazer digressões, este filme é um momento único, que nos faz lamentar a perda dos seus concertos ao vivo.