segunda-feira, 17 de março de 2008

Discos Twenty Years: Wire "A bell is a cup"


Banda de Colin Newman que surgiu em 1976 na explosão punk britânica, mas cataloga-los como banda punk seria injusto para uma banda que soube crescer no tempo, não ficando presos a fórmulas feitas, evoluindo, inovando e reinventando o seu próprio som. Em 1977 surgem com o primeiro álbum "Pink flag", obra de referência que se mantém super actual.
"A bell is a cup" é o sexto trabalho dos Wire e talvez o mais acessível, donde foi extraído o single "Kidney Bingos" que penso ser a canção mais conhecida da banda. A 29 de Outubro de 1988, tivemos a oportunidade de assistir à apresentação, ao vivo, deste álbum dos Wire, no Pavilhão Infante Sagres, ficando a primeira parte a cargo dos Mão Morta.

The Woodentops - well well well/stop this car

domingo, 16 de março de 2008

Discos Twenty Years: The Woodentops "Wooden foot cops on the highway"



A falta de sucesso e popularidade foram determinantes para o fim de uma das bandas mais genias da decada de 80 que foram banda suporte dos The Smiths, Nick Cave e The Pogues. Tudo começou na primavera de 1983 com Rolo Mcginty, autor da letra e música dos Woodentops, e mais quatro amigos. Depois de alguns singles e ep´s, só em 1985 conseguem editar o primeiro trabalho de longa duração "Giant", muito acarinhado pela imprensa especializada, facto que levou-os a fazer uma longa digressão internacional que passou pelos Estados Unidos, Japão e Europa, terminando este periodo de maior destaque para a banda com a edição do álbum ao vivo "Hypno Beat" em Novembro de 1986. Na primavera do ano seguinte visitam Portugal para um concerto no Rock Rendez Vous e em 1988, ano da edição de "Wooden foot cops on the highway" regressam para realizar outro em Matosinhos.


A falência da Rough Trade em 1991 contribuiu para o declínio e desmembramento da banda que, tanto quanto sei e á imagem do que tem acontecido com muitas bandas da época, regressou em 2006 aos concertos ao vivo, estando a preparar novo trabalho.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Discos Twenty Years :The Waterboys "Fisherman´s Blues"




Este é o disco que marca a consagração dos Waterboys, banda liderada por Mike Scott, e uma reviravolta do estilo musical a que nos habituou com os 3 primeiros trabalhos. Em 1983 iniciam a sua carreira com o álbum homónimo "The Waterboys" e começa aqui um processo criativo normal que os conduz, no ano seguinte, ao "A Pagan Place".Em 1985 gravam "This Is The Sea" que, com o hit single "the whole of the moon", lhes permite atingir o mainstream. Depois de uma longa estadia na Irlanda, Scott, influênciado pela folk irlandesa, regressa em 1988 para editar o trabalho mais aclamado da sua carreira, "Fisherman´s Blues".



Em 2008 faz também cerca de 20 anos que milhares de pessoas se deslocaram até ao Pavilhão das Antas, para assistirem a um concerto esgotado de Waterboys, que nunca chegou a ser feito por motivos de falta de segurança!!!. Hoje eles regressam ao Pavilhão Municipal de Gaia, praticamente pelo mesmo preço de bilhete, e juram não cancelar. Deste álbum, para ouvir, deixo aqui uma escolha pessoal, "When ye go away", um hino da folk music.

segunda-feira, 10 de março de 2008

"Os Dias da MadreDeus" de Pedro Ayres Magalhães, Rodrigo Leão, Gabriel Gomes, Francisco Ribeiro e Teresa Salgueiro


Os Madredeus são, sem dúvida alguma, o projecto musical português com mais êxito e dimensão mundial. Ainda hoje pergunto se alguma vez o Pedro Ayres Magalhães e o Rodrigo Leão imaginavam ou sonhavam com toda esta projecção quando em 1985 se juntavam para ensaiar este inovador projecto. Comprovei todo este sucesso, quando em 1990 a C.M.Matosinhos resolve oferecer um concerto dos Madredeus no Mosteiro de Leça do Balio. Bem, a confusão foi total, com uma massa humana apinhada dentro do Mosteiro e muitas mais fora dele a tentar entrar a todo o custo. Sem condições, a banda resolveu abandonar o altar do Mosteiro, transformado em palco, à terceira música e eu, com muita pena, aproveitei para fugir porque não me sentia seguro, mas ficou para sempre a emoção provocada pelo momento, aconteceram os "arrepios na espinha" e a Teresa Salgueiro a cantar com as mãos à cintura torna-se imagem de marca. Sobre "Os Dias da MadreDeus", o primeiro disco da banda e obra de referência da música portuguesa, quero apenas realçar o facto de ter sido posto à venda na primeira semana de Dezembro de 1987, foi gravado ao vivo durante as noites de 28,29 e 30 de Julho do mesmo ano no convento da Madre de Deus e a preciosa voz da Teresa Salgueiro tinha apenas 18 anos. A história desta obra conta ainda, a título de curiosidade, que o quinteto durante a gravação tocou descalço para evitar qualquer tipo de ruído e a mesma era interrompida sempre que passava um carro eléctrico na rua. O duplo LP tem ainda o tema "A estrada do monte", que é retirado nas posteriores edições em CD. "A vaca de fogo" torna-se o tema que melhor os representa, imortalizado em vídeoclip realizado por Paulo Miguel Fortes em 1989.

terça-feira, 4 de março de 2008

Factory and Fundação Atlântica All Stars Performance

Estamos em 1984 no club Hacienda e em palco estão as estrelas da editora Factory. Bernard Sumner(New Order), Vini Reilly(Durutti Column),Quando Quango, The Wake, The Raincoats, A Certain Ratio e os 52nd Street juntam-se em palco para tocar um medley que começa com "cool as ice","shack up", confusion" e termina com "love will tear us apart". Mais uma feliz descoberta de época com uma duração de 10m.

Fundação Atlântica


Esta foi a primeira editora independente Portuguesa, fundada em 1982 pelo Pedro Ayres Magalhães, Miguel Esteves Cardoso e Ricardo Camacho, entre outros, que, infelizmente, por falta de gestão financeira, encerrou passado dois anos, deixando uma obra que neste momento é bastante valorizada e procurada pelo mercado coleccionista. A Emi-Valentim de Carvalho ficou com todo o catálogo, reeditando posteriormente alguns trabalhos em formato CD.
Para além de ter editado bandas portuguesas, esta editora foi mais longe porque devido à amizade existente entre Miguel Esteves Cardoso e Tony Wilson (Factory Records), editou também bandas inglesas. A obra deixada é praticamente constituida por discos de culto. Dos Portugueses quero destacar o primeiro trabalho dos Sétima Legião "A um deus desconhecido"(LP1984) e a estreia a solo de Paulo Pedro Gonçalves dos Heróis do Mar, com os "Rapazes de Lisboa"(7"1984). Dos Ingleses destaco Durutti Column que, depois da passagem pelo festival Vilar de Mouros 82, grava "Amigos em Portugal"(LP1983), Quando Quango com o maxi "Love Tempo"(12"1984), um intemporal tema de dança, The Wake "Talk about the past"(12"1984), banda de Bobby Gilespie que mais tarde iria ser baterista dos Jesus & Mary Chain e fundar os Primal Scream, Young Marble Giants em parceria com os projectos paralelos The Gist e Weekend gravam o indispensável "Nipped in the bud"(LP1984), The Raincoats "Moving"(LP1984) colectivo feminino que tinha como líder a Portuguesa Ana da Silva e como fã Kurt Cobain e para terminar Virginia Astley "From gardens where we feel secure"(LP1985)aquele que penso ter sido o último trabalho editado antes do fecho.

Ricardo Camacho juntou-se aos Sétima Legião, Miguel Esteves Cardoso torna-se escritor e Pedro Ayres Magalhães que nesta altura ainda pertencia aos Heróis do Mar, começou a ensaiar com Rodrigo Leão (Sétima Legião) um novo projecto musical ao qual chamariam MADREDEUS.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Morrissey, Johnny Marr, Mike Joyce e Andy Rourke

Foi com alguma surpresa que encontrei no You Tube esta curta entrevista aos Smiths, feita pelo Tony Wilson, patrão da Factory Records e do club "Hacienda", em 1985 quando o "Meat is Murder" entra directamente para o primeiro lugar do Top Britânico. A não perder.

domingo, 2 de março de 2008

A despedida dos The Smiths


Em 1987 0 álbum "Strangeways, here we come" marca o fim dos Smiths. Em 1988 lançam "Rank", um disco ao vivo que encerra o divórcio de uma das bandas mais populares de Manchester. Este disco, para além de ter a belíssima Alexandra Bastedo na capa, é uma selecção de músicas de um concerto realizado em Outubro de 1986, no The National Ballroom em Londres. Morrisey inicia neste ano e de uma forma brilhante, a sua carreira a solo com "Viva Hate", mas sem as guitarras de Johnny Marr, a música ficou muito diferente.