Depois de lançarem em 1987 o duplo álbum "Kiss me, Kiss me, Kiss me", 1988 foi o ano em que Robert Smith teve de mostrar a todos, toda a sua força interior. Apesar de ter sido um ano de alegrias, como foi exemplo o seu casamento com Mary Poole, depois de 14 anos de namoro, Robert teve que ultrapassar a angústia provocada por um incêndio na sua casa, onde perdeu todos os seus pertences, excepto as letras das suas músicas. No fundo, as letras eram a coisa com que ele mais se importava e os seus amigos não economizaram forças para resgatá-los do meio do fogo. Como se esta situação não fosse suficiente, Lol Tolhurst continuava a mostrar desleixo com a banda, aparecendo nos ensaios apenas para receber cheques. Robert cansa-se desta atitude, muito pouco profissional, e acaba por demitir Lol da banda, acabando com uma amizade de muitos anos.
Em 1989, os Cure conseguem atingir o pico da sua popularidade com este sedutor "Disintegration", considerado pela maioria dos fans, o melhor álbum da banda. É um disco hipnótico, fascinante, composto quase inteiramente por atractivos e bem construídos épicos como o refrescante "Pictures of You", a encantadora "Love Song", o latejante "Fascination Street" e o misterioso "Lullaby". "Disintegration" é o culminar de todas as direcções musicais a que os Cure se dedicaram durante a década de 80 e foi, na altura, o disco que iria provocar o fim da banda, segundo boatos que iam sendo lançados e consolidados após Robert Smith ter dito "I’ll never see you again" no final de um concerto em Mansfield, EUA.
Este é o Lp de estreia dos The Stone Roses que, anos após a sua edição, foi eleito por uma larga maioria da imprensa britânica como o melhor álbum inglês de todos os tempos. Eles próprios também foram considerados a melhor banda nascida na terra da rainha, tendo sido nomeados os lideres da cena "Madchester", o fenómeno que fundiu as guitarras pop com o delírio fornecido pelas drogas, raves e a cultura da dança. As repercussões deste trabalho histórico podem ser ouvidas em toda a década de 90, através do movimento "brit pop", como é exemplo confesso dos seus principais intervenientes, Oasis e Blur.
Eu, não vou tão longe, mas confesso que também me rendi a esta colecção de hinos, que considero a numero um de 1989. Sem dúvida que a figura e a voz de Ian Brown foi muito importante, como mais tarde ele acaba por atestar através da sua carreira a solo, mas a verdadeira chave do sucesso dos Stone Roses são as simples e atractivas guitarradas de John Squire exemplarmente acompanhadas pela secção rítmica de Reni e Mani que, de uma forma natural, enchem todas as músicas com ritmos de dança.
Os singles retirados deste álbum, lançado em Março de 1989, "Made of Stone" e "She Bangs the Drums" acabaram por entrar em todos os Tops, mas a canção que escolhi para divulgar este álbum, que em 1991 foi finalmente editada como single, foi o "I Wanna Be Adored". Julgo que (no Porto e arredores) será a música que mais paixões desperta e é provavelmente a letra que mais descreve os Stone Roses e, principalmente, Ian Brown.
Seguiu-se uma história de 7 anos bastante atribulados. Em 11 de Agosto de 1996, Portugal, já sem Reni(substituído por Robbie Maddix) e John Squire(substituído por Aziz Ibrahim), teve a oportunidade de assistir, no relançado "Festival Vilar de Mouros", a uma desastrosa prestação que foi repetida noutros festivais europeus, levando ao abandono de Mani (que juntou-se aos Primal Scream) e também ao final oficial da banda, em Outubro de 1996.
No próximo dia 10 de Agosto está prevista uma nova edição especial deste álbum que marca o seu vigésimo aniversário de lançamento.
Editado em Novembro de 1989, arriscava a dizer que só em 1990 é que Portugal teve um contacto directo com este maxi-single, pós-debute álbum dos Stone Roses que a maioria dos seguidores do, na altura, chamado "som da frente" teve dificuldade em classificar.
Orientado para a dança, é , sem dúvida, um dos temas mais fortes e mais representativo do movimento "Madchester", mas levanta algumas questões:
Este tema é da mesma banda, ou seja dos Stone Roses? Vamos colocar este disco onde? Na secção Indie? Ou na secção Dança/Novas Tendências?
Os Depeche Mode, precursores do synth pop, foram formados em 1980 em Basildon, Essex, Inglaterra, por Dave Gahan (vocalista), Martin L. Gore (teclista, guitarrista, voz), Andrew Fletcher (teclista) e Vince Clarke (teclista e principal compositor) que abandona a banda logo após o lançamento do álbum de estréia "Speak and Spell" em 1981, por não se rever no tipo de sucesso que a banda estava a alcançar, para formar os Yazoo, sendo substituído por Alan Wilder entre 1983 e 1995. Após a saída de Wilder, os Depeche Mode continuaram a sua carreira como um trio.
Em 1987, é lançado "Music for the Masses", o sexto trabalho de originais que lhes asseguraria definitivamente uma posição de destaque nos EUA, originando algumas das músicas mais emblemáticas dos Depeche Mode e dos anos 80. Canções como "Never let me down Again", "Behind the Wheel" e "Strangelove" tiveram uma ampla divulgação nas rádios de todo o mundo e o sucesso do álbum reflectiu-se numa estrondosa digressão mundial imortalizada num documentário assinado por D.A. Pennebaker e neste duplo álbum "101".
Apesar de não ser grande adepto das edições ao vivo, reconheço neste álbum um marco em termos de produções discográficas deste género. O centésimo primeiro (101) concerto da digressão mundial do "Music for the Masses", realizado no Rose Bowl de Los Angeles, tornou-se lendário por ter ultrapassado todos os recordes de assistência até então estabelecidos por apenas uma banda. Apesar do numero oficial ser de 60.453 outras fontes revelam um, muito diferente e impressionante, que rondou as 80.000 pessoas. Se havia dúvidas os Depeche Mode tiraram, mostrando serem uma banda perfeitamente capaz de transportar a sua música do estúdio para o palco como nenhuma outra, tornando-se numa grande influência para diversas bandas de Pop e Rock actuais.
Os Depeche Mode visitaram Portugal pela primeira vez, há precisamente 16 anos, no dia 10 Julho do ano de 1993, sem uma certeza absoluta penso que a primeira parte, no Estádio das Antas e na outra data no Estádio de Alvalade, foi feita pelo projecto inglês Babylon Zoo. Regressaram com a "Touring the Angel", dia 8 de Fevereiro de 2006, ao esgotadissimo Pavilhão Atlântico, com os Bravery a assegurarem a primeira parte. Depois de cancelarem a terceira visita que ia acontecer no Estádio José Alvalade, dia 28 de Julho de 2006, os Depeche mode voltaram a cancelar um concerto único, que ia acontecer amanhâ,no Parque da Cidade do Porto ("Festival Super Bock Super Rock"), devido a uma lesão no músculo de uma perna de Dave Gahan. Este concerto ia servir de apresentação do, novo álbum editado este ano, "Sounds of the Universe".